CPI convoca advogada de delatores
O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), da Petrobras deputado Hugo Motta (PMDB-PB) disse, hoje, em uma rápida passagem pela Câmara durante o recesso parlamentar, que respeita a manifestação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), mas vai manter a convocação da advogada Beatriz Catta Preta, que defende delatores da operação Lava Jato, para depor no colegiado. A convocação foi aprovada no último dia 9 pela comissão e provocou reações dentro e fora da Casa.
"Não acho que houve interferência alguma, mas a convocação está mantida e no momento certo vamos marcar a data [para o depoimento]", disse ao comentar o ofício do presidente da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, que pediu a dispensa do depoimento. Para a entidade, a criminalista não é obrigada a fornecer qualquer informação que viole o sigilo profissional.
A criminalista defendeu vários nomes investigados na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, entre eles, do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, do ex-executivo da Toyo Setal Augusto de Mendonça e do lobista Julio Camargo que, recentemente, denunciou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de receber US$ 5 milhões para viabilizar um contrato da estatal.
Motta explicou que a comissão quer explicações sobre a origem do dinheiro pago pelos acusados. "A nós cabe seguir o que o plenário decidiu e o plenário decidiu convocá-la para saber de onde está recebendo os recursos de honorários. Dinheiro ilícito é dinheiro ilícito", avaliou. Motta quer esclarecer se o dinheiro dos honorários é parte dos recursos desviados pelos investigados.
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