As principais lideranças da oposição e do PMDB discutem abertamente dois caminhos possíveis para deflagrar, já em agosto, movimento para forçar a queda de Dilma Rousseff. De um lado estão os que defendem a cassação da chapa Dilma-Michel Temer no TSE e a convocação de novas eleições em três meses. Do outro, o grupo que defende uma “saída Itamar”, com processo de impeachment contra a presidente. Nesse caso, Temer assumiria um governo de “repactuação nacional”.
Entre os que apostam na saída TSE está a ala do PSDB ligada a Aécio Neves (MG), que acredita que o senador venceria nova eleição graças ao recall de 2014.
Aécio e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que assumiria a Presidência por 90 dias caso a Justiça Eleitoral cassasse Dilma, conversaram várias vezes sobre os cenários da crise nas últimas semanas.
A ala dos que avaliam que a melhor saída institucional seria Temer assumir o governo engloba o PMDB do Senado, ministros de tribunais superiores, juristas e tucanos como o senador José Serra.
Ministros do TSE dizem que o tribunal é majoritariamente favorável à convocação de novas eleições em caso de cassação da chapa. Eles descartam a possibilidade de Aécio, segundo colocado, assumir sem novo pleito.
O ambiente político está sendo preparado. “E, quando se quer fazer algo, qualquer Fiat Elba resolve”, diz um tucano, em referência ao carro que derrubou Fernando Collor.
Parlamentares da base relatam que a derrota na votação do reajuste do Judiciário foi a prova de que Dilma não tem sustentação no Congresso. “O governo acabou”, diz um peemedebista.
A discussão sobre a implantação do parlamentarismo, na volta do recesso, será um ingrediente a mais para desgastar o governo. O fato de o tema ganhar corpo evidencia a tibieza do Planalto, dizem parlamentares.
Senadores petistas que perceberam o recrudescimento da crise relatam, em tom de desânimo, que o crescimento da articulação para depor Dilma passou ao largo da conversa de Lula com as bancadas do partido, na segunda-feira.
Da Folha de S.Paulo
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