Em clássico de segundo tempo emocionante, Náutico bate o Santa Cruz e volta ao G4 da Série B
Náutico conseguiu derrotar o Santa Cruz mesmo com um jogador a menos no segundo tempo
Gol da vitória alvirrubra foi marcado por Gil Mineiro, ne etapa final do jogo
Há números, no futebol, que são enganadores. O da posse de bola é um deles. De nada adianta um time ter mais a bola durante uma partida, se se limita a trocar passes, essencialmente, em seu campo defensivo. Quem olha para os números do primeiro tempo do clássico das emoções, vai perceber isso. O Santa Cruz teve ligeira vantagem sobre o Náutico. Mas, a superioridade tricolor no jogo fica por aí.
É que a primeira etapa foi completamente dominada pelo alvirrubro. À sua imagem quando atua na Arena, o Náutico adiantou sua marcação e acuou o Santa Cruz ao seu campo defensivo. A partir disso, o Timbu procurava explorar os espaços entre as linhas defensivas corais, principalmente no lado esquerdo do ataque, com Rogerinho deitando e rolando para cima de Bruninho.
O gol timbu, entretanto, não saiu. E se o Santa Cruz mostrava enorme fragilidade na transição ofensiva, com dificuldades latentes para sair em contra-ataque, o Náutico apresentava o mesmo defeito de sempre. A falha que tem acompanhado o alvirrubro ao longo de toda a Série B: nas finalizações.
Douglas que o diga. O atacante teve nos pés as duas melhores chances do primeiro tempo. Aos 15 minutos, desperdiçou um presente da defesa tricolor, chutando em cima de Fred. Aos 42, demorou demais para concluir e bateu prensado com Neris. Assim, a partida foi para o intervalo da mesma forma como se iniciou. Com o zero a zero no placar.
Emoções...
Marcelo Martelotte fez uma alteração para o segundo tempo. Tirou o amarelado Danny Morais e colocou o volante Moradei em seu lugar, recuando Wellington para a zaga. Mudou sem mudar. O problema do Santa Cruz estava no meio-campo e não no setor defensivo. E não demorou muito para que isso ficasse evidente. Foi apenas a bola voltar a rolar, que o Náutico seguiu a toada dos 45 minutos iniciais. Indo para cima, acuando o tricolor.
Ao contrário do primeiro tempo, porém, o Timbu não desperdiçou a chance criada. Com sete minutos de jogo, Guilherme cobrou uma falta - de média distância - com maestria. No ângulo. Indefensável para Fred. O Náutico abria o placar e fazia justiça à sua superioridade em campo.
Atrás do marcador, o Santa Cruz, finalmente, lançou-se para o ataque. E foi no abafa que o tricolor criou a jogada do gol de empate. No abafa e no erro da arbitragem. É que Sebastião Rufino Filho viu falta inexistente de Douglas em João Paulo. Pênalti para o tricolor, convertido por Anderson Aquino, artilheiro da Série B.
Com o gol, o Santa Cruz cresceu em campo e o jogo ganhou em emoção. E o crescimento tricolor culminou na expulsão de Ronaldo Alves, que teve de fazer falta providencial em Anderson Aquino, quando o atacante se isolava para ficar de frente com Júlio César.
Apesar da inferioridade numérica, o Náutico seguiu superior na partida. Após desperdiçar duas boas oportunidades de se recolocar à frente, o Timbu chegou ao segundo gol aos 28 minutos, por intermédio de Gil Mineiro. Tento do justo triunfo alvirribro.
Ficha do jogo
Náutico 2
Júlio César; Guilherme, Ronaldo Alves, Fabiano Eller e Fillipe Soutto; João Ananias, Willian Magrão, Marino e Rogerinho (Josimar); Douglas (Renato) e Stefano Yuri (Gil Mineiro). Técnico: Lisca.
Santa Cruz 1
Fred; Bruninho (Nininho), Neris, Danny Morais (Moradei) e Marlon; Wellington, Renatinho, João Paulo e Lelê; Luisinho (Nathan) e Anderson Aquino. Técnico: Marcelo Martelotte.
Local: Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata-PE). Árbitro: Sebastião Rufino Filho (PE). Assistentes: Francisco Chaves Bezerra Júnior (PE) e Clóvis Amaral (PE). Gols: Guilherme, Gil Mineiro (Náutico); Anderson Aquino (Santa Cruz). Cartões amarelos: Danny Morais, Renatinho, Nathan, Wellington e João Paulo (Santa Cruz). Cartão vermelho: Ronaldo Alves (Náutico). Público: 12.085. Renda: R$ 286.105,00.
Diario de Pernambuco
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