O contador maluquinho
Uma estória maluca, muito mal explicada, tomou o noticiário de ontem dando conta que o ex-presidente Lula teria entrado com um habeas corpus preventivo para não ser preso na operação Lava Jato. O próprio Lula se encarregou de negar, mas tarde, no entanto, o consultor Maurício Ramos Thomaz, residente em Campinas, confirmou que tomou a iniciativa.
Não deve ter bom juízo, porque já fez igual procedimento para defender Simone Vasconcelos, ré no processo do mensalão, e a esposa do juiz Nicolau dos Santos, o gatuno das obras do prédio do Tribunal de Justiça de São Paulo. Numa entrevista, o consultor se intitulou um "Sherlock Holmes" brasileiro. Afirmou que trabalha para a advocacia, mas não é advogado, e vive investigando por conta própria os atos do Judiciário por todo o País para mover ações onde considera haver erro ou injustiça.
Thomaz disse que atua em todo o tipo de ação e recursos e declara ter 90% de vitória nos casos em que decide participar. Em relação ao habeas corpus impetrado para evitar uma possível prisão do ex-presidente, segundo Thomaz, existia um risco pequeno de detenção, mas ele achou melhor protocolar o documento por garantia.
"Um amigo me ligou no sábado e perguntou se haveria algum perigo de o Lula ser preso. Analisei a questão e avaliei que havia um perigo pequeno, mas real. Não tenho restrição ética em ser bonzinho com o juiz Sérgio Moro. Sei que tenho mais conhecimento que ele. Eu demonstrei no habeas corpus que ele errou na sentença", afirmou.
Thomas diz que tem posicionamento político de esquerda e votou em Dilma nas últimas eleições, mas não é filiado a algum partido político. Nos autos da Lava Jato, oficialmente, não há nenhum indicativo de investigação sobre o ex-presidente no esquema de corrupção na Petrobras, conforme o próprio juiz Sérgio Moro declarou em nota.
O fato tomou dimensão depois que o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) divulgou a informação em suas redes sociais antes mesmo de o habeas corpus ter sido revelado pela imprensa ou o Instituto Lula ter sido consultado.
por Magno Martins
Nenhum comentário:
Postar um comentário