EX-POLICIAIS CONDENADOS

Ex-PMs são condenados a 96 anos de prisão

Um dos réus foi absolvido, e os outros três aguardarão recurso da defesa em liberdade

Pena corresponde a assassinato de jovem e nove tentativas de homicídio em 2006

Três dos quatro homens julgados por envolvimento na morte do adolescente Diogo Rosendo Ferreira, de 15 anos, foram condenados a 96 anos de reclusão, cada um. O veredito foi anunciado, no início da tarde desta sexta-feira (22), no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha Joana Bezerra, na área central do Recife. A pena deverá ser cumprida em regime fechado na Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá.

Entretanto, os condenados, todos ex-policiais militares, vão aguardar o julgamento do recurso da defesa em liberdade, já que não estavam na cadeia antes de irem ao banco dos réus. Aldenes Carneiro da Silva, José Marcondi Evangelista e Ulisses Francisco da Silva foram condenados a 18 anos de prisão, por conta do assassinato triplamente qualificado, e ao tempo restante, por causa de nove tentativas de homicídio. A sessão foi presidida pelo juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti. O júri popular durou três dias. 

Irandi Antônio da Silva foi o único absolvido. Na quinta (21), o próprio promotor André Rabelo, responsável pela acusação, havia pedido que o réu não fosse condenado alegando que ele teria ficado na viatura policial no momento em que os demais acusados obrigaram as vítimas a atravessarem o rio Capibaribe a nado. Por conta da atitude, Diogo e outro rapaz - Zinael José Souza da Silva, 17 - morreram. O caso referente ao último será julgado posteriormente.

Diogo, Zinael e outros 11 jovens, além de mais quatro não identificados, tiveram que pular da ponte Joaquim Cardozo, no bairro dos Coelhos, região central do Recife, sob a mira de um revólver durante a ação dos então policiais militares. O crime ocorreu durante o Carnaval de 2006, e, de acordo com os acusados, os adolescentes estariam envolvidos em arrastões.

A próxima etapa desse caso vai ocorrer no dia 14 de julho, quando será julgado o tenente Sebastião Félix, que comandou a operação policial no Bairro do Recife, em 2006. O oficial teria dado a ordem de agressão e para que os garotos entrassem no rio. Ele seria julgado juntamente com os outros quatro réus, mas teve a audiência adiada por conta da substituição de seu advogado.

 Folha de Pernambuco