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sábado, 16 de maio de 2015

O PROPINODUTO ROLANDO SOLTO

        Empreiteiro: doação a filho de Renan foi propina



O empresário Ricardo Pessoa, dono das empreiteiras UTC e Constran, disse aos procuradores da Operação Lava Jato que as doações que fez à campanha do governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), no ano passado eram parte da propina paga para manter seus contratos na Petrobras. Filho do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o governador recebeu R$ 1 milhão da UTC. A empreiteira repassou o dinheiro para o diretório estadual do PMDB em duas parcelas, em agosto e setembro.
Apontado como líder do cartel de empresas associado ao esquema de corrupção descoberto na Petrobras, Pessoa fechou na quarta-feira (13) acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, comprometendo-se a contar o que sabe para obter pena menor.
O empreiteiro apresentou uma relação com cerca de 30 episódios que promete detalhar em seus depoimentos nos próximos dias, e entregou também vários documentos que, segundo ele, poderão ser úteis para as investigações.
A Procuradoria-Geral da República conduz investigações sobre 48 políticos suspeitos de envolvimento com a corrupção na Petrobras, entre eles o próprio Renan.
Segundo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que também fez acordo para confessar seus crimes e passou a colaborar com as investigações, Renan e outros líderes do PMDB garantiram o apoio político necessário à sua permanência na estatal e receberam parte dos recursos desviados pelo esquema.
O presidente do Senado nega qualquer tipo de envolvimento com corrupção. Por meio de sua assessoria, Renan Filho disse que as doações recebidas por sua campanha em Alagoas foram feitas conforme a legislação.
Ele disse que tratou das contribuições com o tesoureiro da campanha, Edinho Silva, hoje ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Pessoa afirmou que procurou Edinho a pedido do então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, hoje afastado do partido e preso em Curitiba.

Da Folha de S.Paulo – Estelita Hass Carazzai e Flávio Ferreira

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