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sexta-feira, 3 de abril de 2015

SÓ BAGAÇO E BARCA

Gênio indomável: há sete meses no México, Ronaldinho tem vida atribulada e polêmicas

Postura fora de campo do jogador é alvo da imprensa mexicana; meia é fonte de assédio constante dos fãs

Frequentes noitadas afetam idolatria dos torcedores e paciência dos dirigentes


No último dia 21, Ronaldinho Gaúcho completou 35 anos, com direito a uma festa que durou 24 horas no México. Vários convidados do Brasil partiram para a viagem, chamada de “passaporte da alegria”. Jogador do Querétaro desde 5 de setembro do ano passado, o ex-armador do Atlético transformou a passagem pelo país latino-americano em noites de festejos e baladas, com mais destaque fora dos campos do que nas quatro linhas.
A paciência da imprensa e da torcida mexicana com Ronaldinho parece perto do fim, e rumores de que o camisa 49 partirá para novos desafios são cada vez mais cogitados. Atravessar a fronteira e jogar nos Estados Unidos, mais especificamente nos Los Angeles Galaxy, é um dos mais comentados. Porém, o Kabuscorp, de Angola, administrado pelo polêmico milionário e general Bento dos Santos Kangamba, sonha em aproveitar o mau momento do craque para convencê-lo a partir rumo à África.
O exílio de Ronaldinho Gaúcho no México começou com polêmicas, mesmo em assuntos em que o armador não teve responsabilidade direta. No dia em que pisou na cidade de Querétaro, o jogador foi alvo de ofensas racistas do ex-secretário do governo, Trevinõ Núñez. O caso ganhou repercussão mundial e o político precisou se desculpar. O encanto provocado pelo popstar de chuteiras transformou a rotina do clube e dos fãs.

O cerco a Ronaldinho, chamado carinhosamente de Dinho pelos mexicanos, serviu como escudo pelo início ruim no Querétaro. Logo na estreia, o camisa 49 dos Gallos Blancos, mascote da equipe mexicana, perdeu um pênalti e viu seu time ser derrotado pelo Tigres por 1 a 0. A situação piorou na reapresentação para a temporada'2015. O gaúcho se atrasou em mais de 20 dias e só voltou a treinar depois das comemorações do período de réveillon, aproveitado entre idas ao Rio de Janeiro e à Bahia. O episódio quase custou uma rescisão contratual, mas o dono do clube aliviou a barra do craque. Todavia, a justificativa de que ganhou uns dias a mais de folga para resolver problemas particulares no Brasil não caiu bem quando fotos de Ronaldinho na balada foram publicadas no México.
Somando-se a isso, as más atuações e à falta de preparo físico, Ronaldinho passou a ser mais cobrado. O excesso de baladas e conquistas amorosas ganhou as capas de jornais mexicanos. Fotos do jogador rodeado de mulheres em Cancún e a participação em clipes musicais integraram o repertório.
Em 19 partidas pelo clube, R49 marcou apenas três gols e deu três assistências, pouco, se comparado ao que produziu no Atlético, último clube em que jogou antes de se transferir. Para piorar, os vencimentos de Ronaldinho também são questionados. Ele assinou contrato de dois anos por US$ 2 milhões (R$ 4,6 milhões), acrescido de ganhos mensais de R$ 200 mil. O refúgio do armador na cidade também não passou batido pela mídia – uma mansão avaliada em R$ 30 milhões, com aluguel custeado pelo clube, entrou na lista de alvos da imprensa.
MELHOR DO MUNDO 

Os títulos de Copa do Mundo, Liga dos Campeões, Copa Libertadores e as duas premiações como melhor do mundo (pelas temporadas 2004 e 2005 no Barcelona) já não fazem parte da rotina de Ronaldinho. Os lampejos de gênio da bola são lembrados em lances de efeito e na conquista do título da Copa El Rancho, o primeiro dele pelo Querétaro. Porém, a taça não tem o mesmo peso do drama vivido na competição mais importante do país: os Gallos Blancos ocupam a penúltima posição no Campeonato Mexicano e lutam contra o rebaixamento.
Uma consultoria especializada avaliou o custo de R49 no México. O estudo da Mxsports considerou que o armador custou até agora R$ 1.600 por minuto jogado, sem ter sido decisivo. Isso rendeu ao craque um apelido pejorativo: “Robaldinho”, alusivo aos gastos provocados aos cofres do clube. O contraponto se dá no número de camisas vendidas, arrecadação acima de R$ 20 milhões apenas nos primeiros meses. Parte da quantia vai para as mãos do armador, conforme estipulado no contrato. Recentemente, o técnico Víctor Manuel Vucetich barrou o brasileiro da equipe titular em alguns jogos, mas Ronaldinho recuperou a posição e terá a missão de ajudar o time a escapar da degola nas rodadas finais.


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