A data havia sido anunciada ao final da sessão da última terça-feira (dia 31), pelo primeiro vice-presidente da CPI, Antônio Imbassahy (PSDB-BA), que presidiu a sessão no lugar de Motta, na Itália em viagem pessoal. O anúncio provocou indignação entre os petistas que participam da comissão. Eles acusaram o tucano de acelerar a ida de Vaccari para que o depoimento do tesoureiro acontecesse antes da manifestação antigoverno marcada para o próximo dia 12 em diversas cidades brasileiras.
“O que chegou até mim foi que o Imbassahy marcou a data da convocação para o dia 9. A decisão dele tem amparo regimental e deve ser respeitada, já que ele estava na condição de presidente no dia que anunciou. É uma praxe minha não desautorizar os demais membros componentes da mesa (diretora da CPI)”, afirmou Motta em comunicado. “Manterei o cronograma estabelecido pelo presidente em exercício, Imbassahy, acreditando que Vaccari virá em uma boa hora para a CPI e terá a oportunidade de esclarecer as diversas acusações feitas, inclusive na primeira oitiva realizada por esta CPI”.
A reportagem apurou que o anúncio feito por Imbassahy havia sido combinado anteriormente por Motta com os tucanos. Sob influência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos investigados na Operação Lava Jato, o PMDB e a oposição têm se unido nesta CPI para isolar o PT.
Em relação à data, Motta deu esperanças ao PT de que a convocação ficaria para o dia 23, após as manifestações. Na noite anterior ao anúncio da data, o peemedebista chegou a mandar uma mensagem de celular ao relator da CPI, Luiz Sérgio (PT-RJ), em que informou estar tentando postergar o depoimento. No texto, ele afirma que Imbassahy estava “irredutível”.
No início da sessão de terça-feira, Luiz Sérgio informou que o depoimento aconteceria no dia 23. A assessoria de Motta chegou a confirmar a data, mas, instantes depois, voltou atrás, deixando a data em aberto e só a confirmando dois dias depois.
Estadão Conteúdo
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