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quarta-feira, 15 de abril de 2015

OPERAÇÃO LAVA JATO - O LADRÃO NÃO TEM PARTIDO

     "Corrupção não tem cores partidárias", diz Moro



O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava-Jato, disse na decisão que ordenou a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que "a corrupção não tem cores partidárias". O tesoureiro foi preso em casa, em São Paulo, na manhã de hoje, em nova fase da Lava-Jato. Ele é apontado como operador de propinas no esquema Petrobras, que envolveu cartel de empreiteiras e pagamentos ilícitos a dezenas de deputados, senadores, governadores e ex-parlamentares.
"A pedido do Ministério Público Federal está sendo decretada a prisão cautelar contra ele (Vaccari) em virtude da presença dos pressupostos e fundamentos legais do artigo 312 do Código de Processo Penal", assinalou o juiz Moro. "Não se trata aqui de prisão contra a agremiação partidária à qual ele (Vaccari) pertence. A corrupção não tem cores partidárias. Não é monopólio de agremiações políticas ou de governos específicos", anotou Sérgio Moro.
"Identificadas provas de que determinado indivíduo, dentro ou fora de agremiação partidária, exercendo ou não cargo público, praticou crimes graves, a lei exige que se extraiam as consequências pertinentes, sem considerações de outra ordem", escreveu o juiz.
Ele faz referência a outros dois personagens do caso Petrobras, o doleiro Alberto Youssef e o suposto operador de propinas pelo PMDB Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano. "Outros supostos intermediadores de propina no esquema criminoso da Petrobras e que supostamente serviriam a outros partidos políticos foram igualmente presos no decorrer do processo (Alberto Youssef e Fernando Soares), não sendo a presente decisão, portanto, uma grande novidade na investigação e persecução. Trata-se de pura aplicação igual e imparcial da lei e que não deve ser vista com espanto em um governo de leis."
Moro considera que "a gravidade concreta da conduta de João Vaccari Neto é ainda mais especial, pois a utilização de recursos de origem criminosa para financiamento político compromete a integridade do sistema político e o regular funcionamento da democracia". "O mundo do crime não pode contaminar o sistema político-partidário."

por Magno Martins

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