Morre aos 75 anos o sanfoneiro Camarão
Com problemas cardíacos, músico não resistiu a uma queda de pressão
Morreu na manhã desta terça-feira (21) no Recife o sanfoneiro Reginaldo Alves Ferreira, nacionalmente conhecido como Mestre Camarão. Ele, que tinha 75 anos, estava internado há cinco dias no hospital Santa Joana, no Recife, após passar mal. Lá ele não resistiu a uma queda de pressão. Ele era natural de Brejo da Madre de Deus, no Agreste do Estado, e era o último sanfoneiro vivo que tinha o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. O corpo do sanfoneiro foi velado nesta terça, na Câmara Municipal do Recife, e também será velado nesta quarta-feira (22), na Câmara dos Vereadores de Caruaru. Mestre Camarão já havia revelado desejo de ser enterrado em Caruaru.Na segunda-feira (13), o músico apresentou quadro de febre e diarreia. “Aparentemente, achamos que era infecção intestinal. Por isso, levamos para a médica. Ele foi medicado, mas como fazia hemodiálise há alguns anos, a pressão apresentava baixa”, afirmou o filho do artista, Salatiel D’Camarão. Sem apresentar melhoras, na última quinta-feira (16), Camarão foi internado. “A justificativa da médica era de que seria mais rápido para realizar os exames médicos. Já no hospital, descobrimos uma infecção no intestino grosso. A pressão continuou baixando e ele teve uma infecção generalizada”, relatou o filho. Com sete LPs e 18 CDs, Camarão gravou seu primeiro DVD, que será lançado no próximo mês.No último feriado de Páscoa, Camarão recebeu o prêmio Diva Pacheco na sua cidade natal. Era uma de suas cobranças: que fosse homenageado em vida, para que pudesse desfrutar do reconhecimento ao seu trabalho. A congratulação foi entregue pelas mãos da cantora Nadia Maia. “Hoje é um dia com uma lágrima nos olhos, porque acabamos de perder mais um grande professor do forró, que é o Mestre Camarão. Eu tive a honra de entregar o premio ele, lá em Fazenda Nova, na última Páscoa. Que era uma coisa que ele cobrava muito”, lamentou. “Tudo o que ele deixou para a gente aqui valeu a pena. Muito obrigado a toda a família por ter permitido que ele fizesse parte desse universo do forró, e muito obrigado a Deus por ter permitido que ele nascesse no Nordeste para levar a nossa música para o Brasil e para o mundo todo”, continuou.A presidente da Associação dos Forrozeiros de Pernambuco, Tereza Accioly, preferiu ressaltar os feitos de Camarão pela cultura do Estado. “Vai fazer muita falta. Ele que era um gênio da sanfona. Ele era um patrimônio vivo do Estado, e eu espero que o Estado faça uma homenagem grande para ele nesse momento. Ele que fez tanto”, comentou.
Folha de Pernambuco
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