Pernambucanos aprovam MP para refinanciamento das dívidas com União, mas com ressalvas
Presidenta assinou MP em evento que teve representantes dos clubes, jogadores, dirigentes e políticos
Para alvirrubros, rubro-negros e tricolores, medida é positiva. Mas pode ser melhorada
Com dívidas tributárias que giram entre R$ 54,2 milhões e R$ 16,5 milhões, os dirigentes de Náutico, Sport e Santa Cruz aprovaram a Medida Provisória assinada nesta quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff que trata da renegociação das dívidas dos clubes com a União. Porém, com ressalvas. A medida concede um prazo entre 120 e 240 meses com reduções de juros e multas para as entidades quitarem seus débitos. Em contrapartida, serão exigidas iniciativas que incluem questões como o pagamento em dia de salários e direitos de imagem aos jogadores, sob o risco de punições caso não sejam cumpridas que vão desde rebaixamentos a proibição de participação em campeonatos.
Para o presidente do Náutico, Glauber Vasconcelos, alguns pontos da MP precisam ser melhor estudados. Entre os clubes pernambucanos, o Timbu é o que possui a maior dívida fiscal com a União. Cerca de R$ 54,2 milhões. "Não conheço a MP, mas pelo que li, é uma alternativa válida para ajustar os débitos fiscais dos clubes. Não posso opinar de maneira definitiva porque não li tudo, mas creio que há nuances que precisam ser discutidas. Ainda assim, não podemos reclamar da tentativa de ajuste”, ponderou o mandatário alvirrubro, que também questionou o chamado '"fair play" financeiro. “O ‘Clube dos 18’ têm uma receita gorda garantida, mas como os clubes que têm uma arrecadação menor poderão garantir que estarão sempre em dia com os salários? “É preciso analisar caso a caso”, avaliou.
Sport
Por parte do Sport, também elogios e ponderações feitas à Medida Provisória. Para o vice-presidente administrativo e financeiro do clube, Eduardo Carvalho, além de facilitar o pagamento das dívidas, é preciso também criar mecanismos para que novos débitos não sejam criados.
"A medida ajuda na medida que consolida e dar um fôlego financeiro aos clubes ao dilatar as parcelas para pagamento dos débitos. Mas esse é apenas o primeiro passo. Não adianta dar fôlego para pagar o passivo e os clubes continuarem a recolher toda a gama possível de impostos que é feito hoje em dia. É preciso criar mecanismos de isenções fiscais e exonerações", pontuou. "Não adianta dar condições para que o doente se recupere, mas não curá-lo", completou o cartola, que também criticou as possíveis punições por atrasos de salario. "Não acho correto se punir um clube, uma entidade, por uma má gestão. É outro tópico que precisa ser melhor analisado."
Santa Cruz
Já para o presidente do Santa Cruz, Alírio Moraes, foi outro a mostrar preocupação com o "fair play" financeiro. O dirigente defende uma cota de tevê mais igualitária para que esse obrigação seja cumprida de forma mais justa. "Não dá para aceitar um clube com tradição do Santa Cruz com cota de 3 milhoes anuais de tv em dez parcelas de 300 mil. Qual o clube do tamanho do Santa Cruz que vai conseguir montar elenco de qualidade só com esse orçamento? O 'fair play' financeiro vem em bom momento, mas é preciso se trabalhar, posteriormente, em cima das cotas de televisão. Ter esse bolo dividido de forma mais igualitária", pontuou.
"Mas a medida provisória vem num momento bom. Precisa-se exigir dos clubes de futebol uma profissionalização na gestão, um planejamento estratégico. A medida impõe um refinanciamento e, ao criar uma série de obrigaçãos e sanções aos dirigentes, tudo isso acabará contribundo para o futebol brasileiro. Hoje, esse refinanciamento seria impagável por vias normais", completou o cartola coral.
As dívidas dos clubes de Pernambuco
Dívidas tributárias (entre parênteses, a relação com todo o passivo):
Náutico – R$ 54,2 milhões (61,6% do total, R$ 87,9 mi)
Santa Cruz – R$ 34,4 milhões (48,2% do total, R$ 71,3 mi)
Sport – R$ 16,5 milhões (72,6% do total, R$ 22,7 mi)
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