Bahia deixa Fonte Nova e anuncia Pituaçu como novo mando de campo
Estádio de Pituaçu voltará a ser mando oficial do Bahia após dois anos (Foto: Eric Miranda / Globoesporte.com)
Presidente Marcelo Sant'Ana faz pronunciamento no Fazendão para anunciar medida, mas não descarta retorno das negociações com a Arena Fonte Nova
A Fonte Nova, tradicional palco do Bahia, não receberá mais o Tricolor. Em comunicado feito na tarde desta segunda-feira, o presidente do clube, Marcelo Sant’Ana, anunciou que a equipe não atuará mais no estádio privado . De acordo com ele, o mando de campo da equipe voltará a ser o estádio de Pituaçu. A Arena Fonte Nova diz não ter ainda um posicionamento sobre a decisão da diretoria do Bahia. O Bahia comunica que, a partir de agora, seu mando de campo oficial volta a ser Pituaçu, estádio público utilizado por clubes da capital e do interior. O Bahia continua disposto a negociar para jogar na Fonte Nova, desde que o consórcio valorize e respeite a torcida tricolor. Quem dá vida ao estádio é a torcida do Bahia - disse Marcelo Sant'Ana.A relação entre o Bahia e a Fonte Nova não foi das melhores. Apesar de o torcedor considerar o local como sua casa, o convívio não era tão pacífico. A principal queixa dos torcedores era em relação à venda dos ingressos, de operação exclusiva da administração do estádio.
O Bahia teve o estádio de Pituaçu como seu mando de campo por quatro anos. Da reinauguração às pressas no dia no dia 25 de janeiro de 2009 até 23 de março de 2013, o torcedor tricolor se acostumou a pegar a Avenida Paralela para ver o time jogar. Na reinauguração, o estádio Governador Roberto Santos passou a ser chamar “PituAço”. A relação entre o Bahia e a Arena Fonte Nova teve início em 2013. O retorno ao estádio, que é tido como segunda casa pelos torcedores, aconteceu após a reconstrução e inauguração da praça esportiva: uma derrota vexatória para o Vitória, por 5 a 1, no dia 7 de abril daquele ano.De lá para cá, foram 47 partidas como mandante na Arena: 18 vitórias, 14 empates e 15 derrotas, um aproveitamento de 48,2%.O contrato, assinado em novembro de 2012, tinha validade de dois anos e se encerra no dia 7 de abril. Como o Tricolor não tem mais nenhum jogo em casa até lá, a despedida do estádio foi no último sábado, quando venceu o Campinense por 1 a 0, pela Copa do Nordeste. Como uma casa considerada provisória, o Tricolor viveu altos e baixos. Muitos diziam que lá não tinham a mesma mística da Fonte Nova. Ainda assim, foi em Pituaçu que o clube voltou para a Primeira Divisão em 2010 e quebrou um jejum de dez anos sem conquistar um título, ao sagrar-se campeão baiano em 2012. Neste período, com o estádio como mando de campo oficial, foram 139 jogos - sem contar as partidas feitas após a inauguração da Fonte Nova. Setenta e duas vitórias, 39 empates e 28 derrotas. Um aproveitamento de 61,15%.
ÍNTEGRA DO COMUNICADO
À Nação Tricolor,
O Esporte Clube Bahia, através da sua Diretoria Executiva, agradece publicamente à Fonte Nova Negócios e Participações pelos dois anos de parceria, iniciada no dia 7 de abril de 2013. Juntos, Clube e consórcio cresceram e amadureceram. No período, enquanto a Arena renasceu como sede da Copa do Mundo de 2014, o Bahia, graças à força da sua torcida, tornou-se democrático.
A Fonte Nova é, sem dúvida, a casa de todos nós, tricolores. Torcedor se faz na arquibancada. E na Fonte a torcida do Bahia se consolidou como a maior do estado, do Nordeste e uma das maiores do Brasil. Na Fonte Nova, o Brasil se apaixonou pelo Bahi
Um amor correspondido. Amor de pais e filhos. E filhos, todos sabemos, nós criamos para o mundo. O Bahia, repito, graças à força da Nação Tricolor, é um Clube livre e democrático. Livre para tomar suas próprias decisões. Democrático para saber ouvir cada um.
Durante quase quatro meses, a atual Diretoria Executiva, eleita pelos sócios, negociou a renovação do contrato com o consórcio responsável pela administração da Arena. Procurou valorizar a Torcida de Ouro. Tentou transformar a Arena em nosso caldeirão. Sem sucesso.
O Bahia, apesar das conversas, não recebeu uma única proposta na qual a torcida e o Clube fossem valorizados. O Clube entende as dificuldades do consórcio e respeita a postura da Fonte Nova Negócios e Participações, uma empresa privada.
Mas, assim como o consórcio busca legitimamente garantir sua operação e seus interesses, a Diretoria Executiva tem a obrigação de defender os interesses do Clube e da Nação Tricolor. É dever da Diretoria proteger, valorizar e respeitar os sócios e os torcedores que dão a vida pelo Bahia. Não se pode fechar os olhos diante dos repetidos problemas e da falta de soluções.
Para nós, tricolores, estádio, futebol e Bahia não são matemática financeira. São nossa vida, nosso orgulho, nosso amor.
Por já não ter mais partidas como mandante até o dia 7 de abril, quando acaba o contrato com a Fonte Nova Negócios e Participações, o Bahia comunica que, a partir de agora, seu mando de campo oficial voltará a ser Pituaçu, estádio público usado por clubes da capital e do interior.
O Bahia continua disposto a negociar para jogar na Arena Fonte Nova, desde que o consórcio valorize, trate bem e respeite a torcida tricolor.
Quem dá vida a um estádio é a torcida do Esporte Clube Bahia.
Saudações Tricolores,
Marcelo San’Ana
GloboEsporte.com