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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A MISTURA PERFEITA

Futebol e carnaval se misturam com história e seguem vivos no Náutico, Santa Cruz e Sport

Nem só de futebol é feito o passado do trio de ferro pernambucano

Bailes dos clubes do Recife mantêm viva tradição centenárias dos torcedores-foliões

Os três grandes clubes do Recife têm mais de cem anos de história para contar. E nem só de futebol é feito o passado do trio de ferro pernambucano. Os carnavais contam muito da vida de Náutico, Santa Cruz e Sport. Em décadas passadas, durante o período carnavalesco, os nomes dos clubes essencialmente esportivos apareciam nas páginas de coluna social e onde mais se falasse sobre a folia.


As sedes sociais dos Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda eram lugares de festa. Manhãs de sol, bailes, matinês e blocos sempre com grande público e diversão garantida. A "briga" entre os clubes passava a ser, por um momento, quem realizava o melhor baile de carnaval. No Sport, o Vermelho e Preto. No Náutico, o Vermelho e Branco. No Santa Cruz, o vermelho, branco e preto. As festas duravam até as manhãs das quartas de cinzas. Movimentavam a vida social e os caixas dos clubes, já que os "torcedores-foliões" pagavam ingresso e consumação.

 Vermelho e branco
Com o tempo, a tradição foi perdendo força. O Baile Vermelho e branco chegou a ser um dos mais ilustres da cidade nos anos 1950. Passou cerca de 15 anos sem ser realizado e voltou a reunir alvirrubros na sede da Rosa e Silva nas prévias deste ano. "Os outros bailes da cidade consultavam o Náutico para saber a data da festa antes de organizar os seus calendários", contou Rodrigo Barros, um dos diretores sociais do Náutico. O bloco Timbu Coroado não deixou de acontecer, mas ficou sob o comando de torcedores por alguns anos. Este ano, o clube voltou a organizar a festa que começou nas garagens do remo alvirrubro e sai no domingo de carnaval.

Em 2015, o clube alvirrubro voltou a organizar a festa que começou nas garagens do remo timbu

Vermelho e preto

Na Ilha do Retiro, o Baile Vermelho e Preto era a festa que movimentava o carnaval dos torcedores do Sport. O Leão não tem mais um bloco oficial, até o início da década de 1990 havia o Leão Dourado. Antigamente as festas no clube começavam nas prévias e só terminavam no último dia do carnaval. Por outro lado, é o que mais tem blocos promovidos por torcedores em todo o estado.

Antigamente as festas no clube começavam nas prévias e terminavam no último dia do carnaval

Tricolor
O Vermelho, branco e preto era o baile tradicional dos carnavais dos torcedores do Santa Cruz, na década de 1990. Além desta festa, os foliões corais se reúnem até hoje no bloco Cobra Fumando, que se concentra no Arruda, na segunda-feira de carnaval. O bloco está bem consolidado, é realizado por uma iniciativa de torcedores e reúne muitas pessoas. Por conta das dimensões da festa, o clube auxilia a realização da festa.

Foliões corais se reunem até hoje no bloco Cobra Fumando, que se concentra no Arruda


Eles resistem...

Mesmo com o desaparecimento das festas em formato de bailes nos clubes, os blocos promovidos pelos torcedores mantém viva a relação entre o futebol e o carnaval. Há sempre uma maneira de unir a festa de momo com a paixão pelos clubes. Atentos a isto, os dirigentes de Náutico, Sport e Santa mantêm na pauta o retorno destas festas. O Timbu já resgatou o Vermelho e Branco. Os recém-eleitos presidentes de Sport e Santa externaram que querem resgatar a vida social de seus clubes, inclusive, através das festas de carnaval, a partir do ano que vem.

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