Após saída, terreno em Olinda servirá como "casa provisória" de parte da história do América
Até placa da construção da sede em Casa Amarela foi retirada e levada para Olinda
Troféus, documentos e móveis, retirados da sede leiloada, estão na antiga concentração
Parte da história centenária do América já tem uma nova casa. Pelo menos provisória. Após esvaziar a sede na Estrada do Arraial, perdida em leilão para pagamento de dívidas com o FGTS, funcionários do clube transportaram movéis, documentos e troféus para um terreno no bairro de Casa Caiada, em Olinda, que serviu de concentração do clube até 2013. O local pertence ao ex-presidente do Santa Cruz, Alexandre Mirinda, conselheiro americano e irmão do ex-presidente esmeraldino João Antônio Moreira. Foi na sua gestão (2010-2013), que a sede do América foi arrematada em leilão por R$ 2,4 milhões para quitar os débitos fiscais do clube, no valor de R$ 109 mil.
Presente a ex-concentração para receber os objetos do América, Mirinda foi mais um a lamentar a desapropriação do casarão da Estrada do Arraial. O conselheiro, no entanto, ainda acredita em uma reviravolta no caso e aponta duas possíveis saídas para o América. A primeira é o recurso impetrado pelo clube no Superior Tribunal Federal, em Brasília, contra o leilão, que segundo os americanos foi realizado com muitos erros. O segundo seria um acordo com o arrematante da sede. No caso a empresa SGF Participações LTDA, responsável por administrar várias lojas de eletrodomésticos no Estado.
"Fomos derrotados aqui por dois votos a um, com direito ao relator do processo votar a favor do América. Perdemos a primeira batalha, mas não a guerra. Acredito que o nosso recurso no STF seja julgado ainda este ano", afirmou Mirinda. "Outra possibilidade é entrar em acordo com o novo dono do terreno. Para que ele preserve o casarão do América. Que, se for o caso, ele use o espaço, mas preserve aquele patrimônio. Como já vinha acontecendo com parte da área sendo usada por uma escola", sugeriu Mirinda. "Por enquanto ele é proprietário daquela área, mas só poderá demolir a sede após registrar o imóvel e conseguir uma licença junto à prefeitura. Acredito que ele só tomará alguma atitude após o julgamento no STF."
Enquanto isso, o funcionário Sandro Sérgio da Silva promete cuidar com o mesmo zelo dos troféus do América. Ele morava na sede do clube e agora reside com a família na antiga concentração do clube. Foi no seu carro, que as taças foram transportadas. Na mala e no banco traseiro. "Já chorei tanto que não tenho mais lágrimas. Isso aqui é uma casa provisória. O América já passou por muitas fases difícieis. Mas esse é o pior momento. Mas o clube não vai se acabar", acredita.
Diario de Pernambuco
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