Propinoduto paulista: e ninguém viu nada
O caso do Cartel do Metrô e dos Trens Urbanos de São Paulo ainda pode crescer, à medida que houver a possibilidade de delações premiadas. Empresas multinacionais, políticos importantes - nada poderia ser feito sem eles. Pode-se acreditar que ninguém jamais tenha visto nada? Pode-se acreditar que as coisas eram mais caras aqui do que nos outros lugares do mundo, sem que ninguém se desse conta disso? As investigações começaram na Europa, não no Brasil (e, no Brasil, ficaram três anos paralisadas, porque os documentos tinham sido guardados em pasta errada - mas não pense mal: quem é que jamais guardou nada fora do lugar correto?).
Há, entre os envolvidos, empresários, políticos, lobistas, doleiros, servidores públicos. Dois políticos estão citados: os deputados federais José Aníbal, PSDB, e Rodrigo Garcia, DEM. Detalhe curioso: mais de R$ 800 milhões desviados em dez anos, e ninguém percebeu nada no Governo.
Enfim, é preciso esclarecer a dúvida: neste período de dez anos agora investigado, só havia no Governo tucano paulista gente que não era capaz de nada? Ou haveria, talvez, alguém capaz de tudo?
Carlos Brickmann
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