NÁUTICO - PASSANDO A LIMPO

Júlio César passa a limpo ano no Náutico, lembra polêmica do dinheiro e fala sobre renovação

"Não tive a intenção de criticar diretamente ninguém", disse sobre declaração dos salários atrasados

Goleiro ex-Corinthians mostra desejo de seguir no Timbu na próxima temporada

Júlio César se profissionalizou no Corinthians em 2004. Na maior parte da passagem no clube paulista, conviveu com o que de melhor o futebol no Brasil pode proporcionar. Grande estrutura, convivência com jogadores renomados e títulos. Para o goleiro, no entanto, algo estava fora do roteiro que gostaria de escrever para sua carreira. Júlio César queria deixar a oscilação entre o time titular e o banco de reservas. Aceitou o desafio de vir para o Náutico e teve seu desempenho individual mais do que aprovado.
Foram 24 jogos com defesas decisivas e a braçadeira de capitão. Ele não foi apenas o goleiro titular do Náutico na Série B. Foi o líder. Esteve a frente do clube em momentos de crise. Escancarou a situação financeira difícil ao dizer que emprestou dinheiro a funcionários. No fim, ajudou o Náutico fazer uma Série B tranquila, sem o medo do rebaixamento. Nesse cenário, o arqueiro faz uma análise do primeiro tempo de sua passagem no Timbu e adiantou como está a situação para renovar contrato com o clube.
Como você analisa seu desempenho este ano no Náutico?
Individualmente, fiquei muito satisfeito. Foram seis meses de partidas boas em 
que consegui ajudar diretamente no resultado de algumas partidas. Foi a minha primeira experiência fora de São Paulo e do Corinthians onde eu consegui obter bons frutos.
Você está negociando uma renovação de contrato com o Náutico. Quais são as suas condições para seguir no clube?
Eles conversaram com meu procurador e vou sentar com eles essa semana. Tentaremos chegar em um acordo que seja bom para as duas partes. Tenho certeza que esse vai ser o melhor caminho a ser tomado. Estou em São Paulo e meu procurador também é daqui. Se tiver esse contato, alguém do clube pode vir aqui. Não tem nada muito certo sobre isso.
Recebeu outras propostas?
Apenas sondagens.
Caso não fique, você aceitaria seguir em um clube que esteja entre os mais fortes do país e ter a possibilidade de ser reserva, como foi no Corinthians, ou quer mesmo continuar como titular?
Tudo depende. Não vou falar que não aceito determinado tipo de proposta. A minha primeira opção é ser titular. Fico contente e até esperançoso de acertar com o Náutico porque sei que tenho essa condição hoje no clube. Claro que não falo que não vou aceitar determinado tipo de oferta porque eu posso terminar indo por esse caminho depois. 
Após o episódio em que você declarou ter até emprestado dinheiro a funcionários, a cobrança sobre a diretoria do Náutico foram muito maiores. Como ficou o seu relacionamento com esses dirigentes?
Eu cheguei a conversar com alguns deles. Entenderam meu lado. Não foi nada para atacar a diretoria. Foi mais para defender as pessoas que muitas vezes não têm como falar. A gente vê a luta diária e, algumas vezes, o desespero dos funcionários que estão por lá. Eu queria mostrar o lado deles. Não tive a intenção de criticar diretamente ninguém. 
Quais são os erros deste ano que o clube precisa aprender para ter uma ano de 2015 melhor?
Acho que é preciso montar uma base consistente desde o começo do ano para que dispute o Pernambucano para ser campeão e para ter uma base forte para a sequência do Brasileiro.

Diario de Pernambuco