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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

NÁUTICO - EMPRÉSTIMO NEGADO

Conselho Deliberativo do Náutico nega condição de empréstimo financeiro à diretoria executiva

Glauber desejava empréstimo para cobrir verba gasta com pagamentos de dívidas da gestão de Paulo Wanderley

Presidente Glauber Vasconcelos queria colocar receita da Arena PE como garantia de empréstimo


A temporada 2015 ainda não começou, mas o presidente Glauber Vasconcelos já lamenta a sua primeira derrota. Dessa vez fora de campo. E que pode comprometer toda a temporada. Em reunião extraordinária na noite desta quarta-feira, o Conselho Deliberativo do clube decidiu negar o pedido da diretoria executiva de utilizar a receita proveniente do contrato com a Arena Pernambuco como garantia para um empréstimo bancário no valor de R$ 6 milhões. Com isso, a diretoria alvirrubra terá que encontrar outra forma para evitar começar o segundo ano da gestão da mesma forma como termina o primeiro. Em meio a uma grave crise financeira.
A decisão dos conselheiros alvirrubros foi para manter o original do contrato com a Arena Pernambuco, que proíbe a antecipação de receitas, bem como a utilização dos recursos como garantia para empréstimos. No entanto, esse não foi o único motivo para o veto ao pedido da diretoria executiva. Outro argumento usado foi o de que o pagamento do empréstimo seria feito em um período máximo de cinco anos, a começar de outubro. Ou seja, a maior parte do compromisso teria que ser honrado pelos futuros presidentes.
De acordo com Glauber Vasconcelos, o empréstimo seria utilizado para repor receitas da atual gestão gastas para quitar dívidas da gestão do ex-presidente Paulo Wanderley no valor de R$ 4,8 milhões. “Pedimos R$ 6 milhões de empréstimo bancário, mas o valor mínimo aceitável seria justamente de R$ 4,8 milhões. Paguei a dívida dos outros e na hora de organizar a minhas contas eu não tenho como pagar. Agora vamos ter que sentar a bunda na cadeira e buscar alternativas. Perdemos a batalha, mas não perdemos a guerra”, lamentou o dirigente. Ainda segundo Glauber, o banco chegou a oferecer R$ 10 milhões de empréstimo, o que não foi aceito já que as parcelas ficaram “pesadas”.
Com o empréstimo de R$ 6 milhões, o Náutico teria a obrigação de pagar, durante cinco anos, uma parcela mensal de R$ 100 mil para quitar o empréstimo. Caso o montante fosse de R$ 4,8 milhões, a “mensalidade” seria de R$ 80 mil. Vale lembrar que o valor anual pago pela Arena Pernambuco ao Náutico é calculado a cada final de temporada e tem como variável a média de público do clube no estádio.
Tensão
A reunião do Conselho Deliberativo foi bastante tensa. Vários torcedores compareceram à sede alvirrubra, com direito a cartazes pedindo a aprovação das condições do empréstimo. Membros de uma torcida organizada também estiveram presentes e chegaram a entoar músicas de incitação à violência caso a proposta não fosse aprovada. Pelo visto, os pedidos e ameaças não convenceram a maioria dos conselheiros timbus.


Dieario de Pernambuco

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