Citada na Lava Jato, firma sueca vai deixar o Brasil
A empresa Skanska, gigante sueca do setor de obras, anunciou que vai deixar o Brasil, onde tem operações desde os anos 1990. A decisão está sendo anunciada após o nome da companhia aparecer na Operação Lava Jato, que investiga desvios na Petrobras. Fundada em 1887, a empresa está em 15 países e fatura US$ 21 bilhões/ano (R$ 55 bilhões). Tem 57 mil empregados, 4,7 mil deles no Brasil, onde faz principalmente dutos para a estatal e termelétricas.
Só em contratos sob a investigação na Lava Jato, a Skanska recebeu da Petrobras R$ 4 bilhões em consórcios com outras companhias.
À Folha, o porta-voz da companhia na Suécia, Edvard Lind, disse que a matriz havia feito investigações sobre a filial brasileira e que nada de irregular foi encontrado. Ele informou que a decisão de sair da América Latina foi tomada antes da divulgação da investigação da Lava Jato.(Da Folha de S.Paulo - Dimi Amora)
Em entrevista à Swedish Broadcasting, rádio oficial do país, o diretor para a América Latina admitiu que a empresa vai sair dos seus negócios no Brasil em parte por causa do caso de corrupção na Petrobras e também pela queda da atividade na região.
Em 2006, foram apontados pelo Tribunal de Contas da União indícios de sobrepreço em obra da Skanska para a construção do Gasoduto Urucu-Manaus, mas o processo não andou porque a Petrobras conseguiu liminar paralisando as apurações. Na Lava Jato, foram citados pagamentos de propina nas obras do gasoduto e em outras com participação da empresa sueca, como as realizadas na Reduc (RJ) e na Repar (PR).
por Magno Martins
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