Com Kieza e Neto Baiano em campo, Bahia e Sport tem confronto particular de "falastrões"
Apesar da fama, Neto Baiano e Kieza preferiram deixar polêmica de lado antes do clássico
Atacantes têm carreiras marcadas por muitos gols e frases polêmicas sobre rivais
Na era das assessorias de imprensa e do media training, o futebol é mais um dos meios que vêm sendo tolhidos em sua espontaneidade. Estão cada vez mais desaparecidos do esporte aqueles jogadores falastrões, que gostam de provocar os adversários antes e depois das partidas.
"Minha cama"Mas um jogo desta rodada do Brasileirão pode fazer o torcedor voltar a um passado não muito distante, em que os confrontos eram precedidos por alfinetadas dos dois lados. Porque Bahia e Sport, que se enfrentam na Fonte Nova, colocam frente a frente os atacantes Kieza e Neto Baiano. Dois artilheiros que costumam ignorar as recomendações de assessores e fazer declarações polêmicas, apimentando os jogos contra os rivais. E cada um deles conhece muito bem o adversário desta quarta-feira à noite.
O camisa 9 rubro-negro teve uma passagem destacada por outro time vermelho e preto: o Vitória. Enquanto esteve em Salvador, abusou de provocações à torcida arquirrival. Na sua segunda passagem por lá, entre 2011 e 2012, marcou 53 gols em pouco mais de 80 partidas. Mas além das bolas na rede, o que o tornou um ídolo do Leão baiano foram suas frases sobre o Bahia.
Em 2011, Neto foi protagonista da semifinal do campeonato estadual, quando o Vitória eliminou o Tricolor. Na saída do jogo, o atacante não hesitou em cutucar o rival. “É muito gostoso ganhar do Bahia. Ganho sempre deles. Como eu sempre falo, o Bahia é minha cama e eu deito neles." No ano seguinte, era o artilheiro do Brasil, com 34 gols em 36 partidas. Estava valorizado, e deixou o país para jogar no Kashiwa Reysol. Mas não sem antes provocar novamente o Tricolor em um programa de TV local. “Segunda vez que eu atropelo o Tricolor… eu tô acostumado, é muito fácil”, se gabou.
Tempos de caça
Do outro lado está um outro camisa 9 que traçou caminho inverso ao de Neto Baiano. Kieza deixou o futebol do Sudeste para escrever uma bela história com a camisa do Náutico. Nos Aflitos, ele se tornou um artilheiro temido. Destacou-se bastante, também entre 2011 e 2012. No primeiro ano, o atacante conduziu o Timbu ao acesso à Série A, e depois, à melhor campanha do clube na história dos pontos corridos. Mas assim como o centroavante rubro-negro, não foi só pelos seus muitos gols que ele caiu nas graças do torcedor alvirrubro, de quem recebeu o apelido de "caçador de rubro-negro".
O último jogo do Brasileirão de 2012 proporcionou ao Náutico uma oportunidade única em sua história: ser o responsável direto pelo rebaixamento do Sport. Os dois se enfrentaram na última rodada, e o Timbu levou a melhor, vencendo com um gol de Araújo e derrubando os rivais. Antes do jogo, no entanto, Kieza já acirrava os ânimos e avisava através da rede social Twitter: “domingo, vamos acabar de derrubar a coisa”.
Em 2014, a realidade é um pouco diferente. Mais experientes, tanto Neto Baiano quanto Kieza têm evitado fazer declarações polêmicas. No caso do rubro-negro, a questão é individual: ele não vive um bom momento, e atravessa um jejum de gols. Já o Bahia, em 18º lugar na tabela, está em uma fase delicadano Campeonato Brasileiro da Série A.
Diario de Pernambuco
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