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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

COPA SUL- AMERICANA - RACISMO NOS PAMPAS

Insultos racistas contra o goleiro Aranha marcam derrota do Grêmio para o Santos

Aranha, vítima de racismo na Arena do Grêmio: "Fiquei p... da vida mesmo, desculpem a palavra"

Durante as manifestações, torcedor gremista teria, inclusive, atirado celular no rival


A partida de ida entre Grêmio e Santos, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, nesta quarta-feira, ficou manchada pelos insultos racistas dirigidos ao goleiro santista Aranha. O atleta teve ótima atuação e contribuiu para que o time paulista vencesse por 2 x 0. Nos minutos finais da partida em Porto Alegre, passou a ser insultado por parte da torcida tricolor.
Um grupo de cerca de 10 pessoas localizadas atrás do gol santista imitou sons de macaco. Além disso, uma câmera do canal ESPN flagrou uma torcedora claramente xingando Aranha de "macaco". Segundo a Zero Hora, uma pessoa chegou a atirar um celular contra o atleta aos 42 minutos do segundo tempo. Aos 47, a Brigada Militar entrou na arquibancada para tentar retirar alguém, o que gerou uma confusão entre os torcedores.
"Eu estava no gol, a torcida xinga, pega no pé, é normal. Mas começaram com palavras racistas, chamando de preto fedido. Fizeram corinho de macaco... Fico nervoso mesmo quando essas coisas acontecem, é algo que dói. Quando me chamaram de macaco, de preto, bati no braço e disse que sou preto sim", cobrou o jogador, ao deixar o 

Questionado se pretende fazer ocorrência policial, Aranha preferiu não responder diretamente. "Mais do que a ocorrência, é eu dar entrevista e as pessoas saberem disso e lutarem contra. Não são todos, mas sempre tem um racista. Está dado o recado, para ficarem espertos para a próxima partida (na Arena do Grêmio)", afirmou.
Quando ouviu as manifestações, Aranha reagiu e cobrou a arbitragem. O jogo chegou a ficar parado por conta do incidente. O goleiro gesticulou para o árbitro Wilton Pereira de Sampaio, que não tomou qualquer atitude no momento.
No Brasil, o racismo é crime imprescritível e inafiançável e cabe ao Ministério Público a legitimidade para processar o ofensor. 
É o terceiro caso recente de ofensas na Arena do Grêmio. A morte do pai de Ronaldinho Gaúcho virou motivo de cântico quando o Atlético-MG visitou o estádio, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. No último clássico contra o Internacional, torcedores gritaram a morte de Fernandão. A viúva e os filhos do ídolo colorado estavam no estádio.


Correio Braziliense


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