MUNDIAL DE BASQUETE - PRIMEIRA VITÓRIA

Na pressão e com sufoco no fim, Brasil vence França na estreia no Mundial da Espanha

Leandrinho foi um dos destaques ofensivos do Brasil com 8 pontos na vitória sobre a França

Seleção Brasileira supera nervosismo e vence atuais campeões europeus

O caminho para Madri começou tenso. Nervoso. O primeiro quarto foi longe do ideal, mas os ajustes na marcação e o ótimo aproveitamento dos rebotes fizeram a diferença. A vitória por 65 a 63 sobre a França deu tranquilidade para o Brasil entrar em quadra neste domingo contra o Irã sem tanta pressão. Porém, o mais importante é que a Seleção passou a impressão de que pode lutar contra qualquer adversário, principalmente após superar os atuais campeões europeus. Contudo, os erros no fim das partidas têm que ser corrigidos.
As primeiras três posses de bola da França pareciam um mau presságio. Com 6 a 0 no placar para os franceses com menos de dois minutos, o Brasil mostrou nervosismo e uma certa confusão na marcação. O suficiente para os adversários investirem nas inflitrações. Aproveitando a velocidade de Nicolas Batum e a versatilidade de Boris Diaw, os bleusterminaram o primeiro quarto em vantagem. O 18 a 11 mudou de cara quando, já no segundo quarto, Leandrinho acertou uma cesta de três pontos de muito longe.
O Brasil acertou a marcação e começou a atacar com velocidade. Com Larry Taylor e Raulzinho em quadra ao mesmo tempo, ficou complicado para os franceses acompanharem o ritmo verde e amarelo. O resultado foi percebido antes do intervalo, quando o Brasil assumiu a dianteira e foi para os vestiários com 28 a 26 no placar.
No retorno para a segunda etapa, Rubén Magnano decidiu mudar e manteve Raulzinho entre os titulares. Huertas assistiu o recomeço da partida do banco e não deve ter gostado muito do que viu logo no início. Um pouco do nervosismo reapareceu e a França chegou a empatar a partida. Porém, a igualdade durou pouco tempo, já que o Brasil não perdeu mais a dianteira no placar.
A preocupação com os lances livres dos brasileiros foi deixada de lado por conta de outro quesito que foi fora do comum na tarde deste sábado: os rebotes. Com o trio de pivôs Nenê, Tiago Splitter e Anderson Varejão, o Brasil dominou o garrafão e teve 42 incríveis rebotes ofensivos. Tanto domínio fez com que a França se concentrasse em marcar debaixo da cesta e abriu espaço para Marquinhos e Huertas colocarem bolas de três pontos.
Não houve facilidade até o momento final e o time de Magnano não abriu mais do que seis pontos durante o quarto período. Contudo, os apagões vistos nos amistosos preparatórios quase voltaram a complicar uma vitória que poderia ser mais tranquila. O jogo só foi decidido no último segundo, após a França se aproveitar do fraco desempenho brasileiro nos lances livres. A vantagem final foi longe do ideial e o jogo não foi nenhum espetáculo, mas o necessário para que a estreia no Mundial da Espanha fosse mais doce do que o esperado.

Diario de Pernambuco