Em partida dramática, Argentina vence retranca suiça e avança às quartas de final da Copa
Ángel Di Maria recebeu assistência de Messi e salvou a a Argentina de uma possível decisão nos pênaltis
Com gol del Di Maria argentinos vencem e esperam vencedor de EUA x Bélgica
Apesar do jogo ser contra a Suíça, nas cadeiras do Itaquerão o clássico era entre Argentina e Brasil, com os brasileiros adotando o time europeu para torcer. A cada troca de passes dos suíços, os torcedores que vestiam a camisa amarela da seleção gritavam “olé”. Já os argentinos respondiam com a já famosa música de provocação aos brasileiros, que remete a eliminação no Mundial de 1990 e diz que “Maradona é melhor que Pelé”. Imediatamente do outro lado vinham vaias e gritos de “pentacampeão”, Mais Brasil x Argentina, impossível.
Dentro de campo, quem mais correspondeu ao apoio vindo das cadeiras no primeiro tempo foram os “donos da casa”. No caso, a Suíça. Messi muito bem marcado, as vezes por até três jogadores, pouco apareceu. Assim, os lances de mais perigo saiam dos pés de Di Maria. Em dois chutes aproveitando rebote da defesa. Ambos bem defendidos por Benaglio.
Por sua vez, os Suíços não se limitaram a marcar. E se Messi estava sob forte vigilância, do outro lado outro baixinho resolveu desequilibrar. Com 1,69m (jogador mais baixo em campo), o meia Shaquiri infernizou a defesa sul-americana. Aos 27 minutos, após linda jogada individual, o jogador do Bayern de Munique, driblou Gago, invadiu a área e tocou voltando para Xhaka chutar, obrigando Romero a fazer a primeira defesa difícil da partida. Levantando os poucos suíços e muitos brasileiros no Itaquerão.
Mais perigosa, a Suíça ainda teve outra ótima oportunidade de marcar, quando Shaquiri lançou Drmic que entrou cara a cara com Romero, mas errou ao tentar encobrir o goleiro argentino, facilitando a defesa e desperdiçando a melhor chance do primeiro tempo.
Segundo tempo
As duas seleções voltaram sem alterações para a segunda etapa. E a primeira grande oportunidade veio novamente com Suíça. E novamente com Shaqiri cobrando falta para defesa atrapalhada de Romero. No minuto seguinte, o meia descobriu Drmic livre dentro da área. Mas o atacante isolou. Isso antes dos cinco minutos iniciais. E ficou por ai.
A partir dos 13 minutos, quando passou a tocar mais a bola, a Argentina passou a dominar, chegando a ter 68% de posse de bola. Superioridade que serviu para acordar a hinchada celeste e branca. Aos 16, Higuain enfim acertou uma cabeçada e obrigou Benaglio a fazer ótima defesa. Era a senha para a pressão argentina. Aos 22, foi a vez de Messi, aproveitando rebote, dar o seu primeiro chute no jogo. A bola passou centímetros acima da meta europeia.
O jogo passou a ser de ataque contra defesa, com a Argentina tendo 68% de posse de bola. O problema é que a medida que o tempo ia avançando, a tensão ia acrescendo. Afinal, um gol a essa altura poderia significar o retorno para casa. Aos 28, Sabella fez a sua primeira mudança, sacando Lavezzi e colocando Palacio. A aposta era reforçar o jogo áereo. E em sua primeira participação, o atacante da Internazionale, sozinho, cabeceou para fora,
E Messi? O camisa 10 voltaria a aparecer em uma das poucas vezes em que conseguiu a sua jogada característica, conduzindo a bola e soltando uma bomba. Benaglio deixou o grito de gol preso na garganta dos argentinos. Foi a última chance no tempo normal. Pela quarta vez, em sete jogos, uma partida das oitavas iria para a prorrogação nessa Copa. A primeira após empate sem gols.
No primeiro etapa do tempo adicional, o roteiro seguiu o mesmo. A Argentina com mais volume de jogo e pressionando, mas abusando nos chuveirinhos para a área, despediçando o talento dos seu ataque, e a Suíça, muitas vezes atuando com todos os seus jogadores no campo defensivo, jogando pela famosa “uma bola”. E nesse ritmo, pouco se criou, apesar do incentivo dos brasileiros aos europeus. A essa altura, qualquer troca de bola era motivo para os gritos de olé, cutucando os argentinos, que dessa vez, nervosos, não respondiam.
No segundo tempo, a Argentina optou por trabalhar mais a bola no chão. E llogo aos três minutos, Di Maria acertou um chute no ângulo de Benaglio, mas o goleio suíço foi buscar. O ferronho suíço era intransponível. Até os 12 minutos da prorrogação. Até Messi recebe uma única bola com liberdade, após roubada de bola de Mascherano, e tocar para Di Maria, dessa vez tocar fora do alcance de Benaglio. O gol do alívio. Mas ainda havia tempo para um final eletrizante. Com o goleiro suíço no ataque. Dzemaili mandarndo uma bola na trave da Argentina. E Di Maria, sem goleiro quase ampliando do meio de campo, e Shaqiri batendo falta na meia lua da Argentina Na barreira. O dia era da Argentina. O sonho segue vivo.
Ficha do jogo
Argentina 1Romero; Zabaleta, Garay, Fernandez e Rojo (Basanta); Mascherano, Gago (Biglia) e Di Maria; Messi, Higuain e Lavezzi (Palacio). Técnico: Alejandro Sabella.
Suíça 0
Benaglio; Lichtsteiner, Schaer, Djourou e Rodríguez; Behrmai, Inler, Xhaka (Fernandes), Shaqiri e Mehmedi (Dzemaili); Drmic (Sererovic). Técnico: Ottmar Hitzfeld.
Estádio: Arena Itaquerão, em São Paulo (SP).
Árbitro: Jonnas Eriksson (Suécia).
Assistentes: Daniel Warnmark e Mathias Klasenius (ambos da Suécia)
Cartão amarelo: Xhaka (S), Fernandes (S), Rojo (A), Garay (A)
Público: 63.255
Diario de Pernambuco
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