COPA DO MUNDO 2014 - SALVAÇÃO DA LAVOURA

Klose salva Alemanha e se iguala a Ronaldo

Aos 36 anos, Klose chegou à sua quarta Copa do Mundo

Atacante veterano entra no segundo tempo e empata o jogo

Quando o quarto árbitro levantou a placa anunciando a substituição de Götze, uma sonora vaia tomou o Castelão. Nada contra o jovem talento alemão. Os insultos vinham da porção brasileira da arquibancada e tinham como alvos o veterano atacante Miroslav Klose e sua empreitada em busca do posto de maior artilheiro das Copas. A pressão, no entanto, não surtiu o efeito desejado. Instantes depois de entrar em campo, num mergulho solitário no segundo pau, Klose tocou na bola pela primeira vez neste Mundial. Fez mais. Caindo, empurrou a bola para dentro da meta ganense com a sola da chuteira, alcançando os 15 gols de Ronaldo e garantindo um lugar na história do futebol.
Aos 36 anos, Klose chegou à sua quarta Copa do Mundo. Ainda que não tenha alcançado um desempenho brilhante na última temporada, defendendo a Lazio, o atacante não teve a convocação contestada pela torcida. Discreto, o polonês radicado alemão sempre manteve um discurso modesto, em relação à sua busca pela artilharia. A preocupação com o sucesso coletivo nunca deixou de ser sua prioridade. Com a frieza característica de seu povo, Klose - principal alvo dos jornalistas na zona mista - parecia ter acabado de marcar um gol de pênalti em algum jogo amistoso. “Estava bem posicionado. Tive a sorte de fazer o gol. Ainda bem que foi um gol decisivo, que ajudou nossa equipe a evitar a derrota”, resumiu.
Mais cedo, quando ainda estava sob efeito de alguma euforia pela marca alcançada, Klose celebrou a marca com mais entusiasmo. “Marcar 15 gols em Copas do Mundo não é tão ruim, não é?”, perguntou, antes de emendar: “O que eu gostaria mesmo era ter virado o jogo. Ainda assim, buscar o empate contra uma equipe forte como Gana”, acrescentou. 
Por mais que tenha deixado claro que não arriscaria os objetivos da Alemanha em detrimento da busca individual de Klose, o técnico Joachim Löw não escondeu sua satisfação com a marca alcançada pelo atacante. “Claro que fico muito feliz por Klose, que só precisou de dois minutos em campo para empatar com Ronaldo”, destacou. “É uma marca sensacional para a sua carreira, principalmente, depois de uma temporada tão difícil. Tão cheia de lesões. Para mim, como treinador, é excelente ter um jogador como ele à disposição. Alguém que sempre pode entrar em campo e decidir um jogo difícil.”
Appiah
Sem a menor intenção, o técnico de Gana protagonizou uma cena surpreendente depois da partida. Lembrado pelos jornalistas do fato de Ronaldo ter marcado seu 15o gol em Copas justamente contra os ganenses, o treinador acabou confundindo o brasileiro com outro craque. “Bem, não sei exatamente o que você está falando”, respondeu ao jornalista que levantou o tema na coletiva. “Em 2006 e 2010 não jogamos contra Portugal”, explicou, fazendo referência a Cristiano Ronaldo. Depois de o mal-entendido ser esclarecido, Appiah se desculpou, um tanto sem jeito. “Peço desculpas pela confusão com os Ronaldos. Não há dúvidas de que o brasileiro foi um excelente jogador. Muitas crianças em Gana têm o nome em sua homenagem. Mas minha concentração ainda não está voltada para os brasileiros. Tenho focado mais no meu grupo. Mas estou de olho neles também. Espero poder reencontrá-los na fase final”, avisou.

Diario de Pernambuco