Berillo admite falta de repasse mas se diz vítima de perseguição política
Berillo diz que entrará com recurso ainda esta semana para anular suspensão de seis meses
Ex-presidente alega que parte da verba que deveria ser destinado ao CT foi aplicado em outros setores do clube. Fato comprovado pelo presidente do Conselho Fiscal
Sem qualquer cerimônia, Berillo admitiu ter descumprido a determinação do Deliberativo de repassar 50% de tudo o que for arrecadado pelo órgão ao CT. Para o dirigente, porém, esta determinação contraria o estatuto do clube. “O estatuto do Náutico prevê que 10% da renda do Conselho deve ser destinado ao CT. Numa reunião ordinária, foi feita esta alteração de 10% para 50%. Não se pode mexer no estatuto do clube de qualquer maneira. Apesar de ser presidente do conselho naquela época, eu fui contra”, justificou.
Berillo explicou ainda que ao invés de cumprir o determinado, ele investiu parte da verba em outros setores do clube. Fato confirmado pelo presidente do Conselho Fiscal, Paulo Roberto Tavares. “Recebemos a atribuição de levantar a receita do Deliberativo e conferir se o percentual repassado estava obedecendo à determinação anterior. Fizemos o levantamento e constatamos que o percentual não estava sendo obedecido”, ressaltou. “Feito isso, fomos observar se este descumprimento desta decisão ocorria por improbidade, apropriação indevida ou desvio doloso dos recursos, mas constatamos que não existia nenhuma desonestidade. Ele não desviou o recurso em proveito próprio. O que detectamos é que dentro dos gastos feitos, havia alguns que seriam de obrigação do executivo, como obras realizadas no prédio e repasses a departamentos de esportes amadores.”
Diante disso, Berillo alega ser vítima de uma perseguição política. “Vejo o que está acontecendo com uma profunda tristeza. Eu tenho uma história no clube. Foi fruto de uma perseguição política e vamos recorrer da decisão. Vamos apresentar o recurso na comissão de justiça pedindo anulação de todo este processo, já que ele está contaminado”, confirmou. “A gente vinha cumprindo como podia. Passávamos 20%, 30%, 40%, 48%... Porque o conselho tem outras despesas. O Conselho bancou esportes amadores. Não tinha como fazer o repasse completo. Existia a recomendação? Existia. Mas baseada numa decisão ilegal.”
Por fim, Berillo aproveitou para rebater as acusações. “Eu fiz a minha parte. Agora, tem uma cobrança feito por um conselheiro para que o CT apresente suas contas. Mas este balanço até hoje não foi apresentado.”
Diario de Pernambuco
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