SANTA CRUZ - NÃO REPETIR O ERRO

Vica não quer saber de repetir o passado

Técnico aprovou a ideia de levar o time para treinar em Caruaru. Tudo para os jogadores não perderem o foco

Treinador tenta evitar reviver o drama do ano passado, quando, pelo Fortaleza, foi eliminado em casa

Antes de encarar o Betim, domingo, no Arruda, o Santa Cruz tem outro adversário para combater. A apenas um empate de retornar à Série B, os corais procuram manter os pés no chão e evitar o clima de euforia que já toma conta da torcida. Lição aprendida na Série C do ano passado pelo técnico Vica, da pior maneira possível. À frente do Fortaleza, o treinador viveu situação semelhante à atual. Após uma campanha invicta e um empate por 1 a 1 fora de casa contra o Oeste, no jogo de ida das quartas, a equipe cearense precisava apenas de um 0 a 0 para obter o acesso. Mas apesar do amplo favoritismo, o time acabaria eliminado ao ser surpreendido e cair por 3 a 1, em um Presidente Vargas com mais de 20 mil torcedores.

Às vésperas de ter outra chance de conseguir o acesso à Série B, Vica ainda procura explicações para o que aconteceu um ano atrás. Para ele, não houve erros, apenas uma tarde infeliz da sua equipe, que custou a vaga. No entanto, segundo o treinador, um ponto pode fazer a diferença entre o insucesso com o Fortaleza e a possível redenção com o Santa Cruz. E ela passa justamente pelo fato do time fugir do clima de “já ganhou” da torcida. A partir de hoje a delegação coral passa a treinar no centro de treinamento do Porto, em Caruaru, em trabalhos fechados à imprensa, retornando ao Recife apenas no sábado.

“A ideia de sair daqui e ir treinar em Caruaru partiu da diretoria e eu concordei de imediato. Todo cuidado nesse momento é pouco. Às vezes a decepção vem muito grande devido ao excesso de confiança. Não dá para apontar o que foi feito de errado. Foi um jogo em que nada funcionou. A única diferença é que aqui no Santa Cruz nós temos a condição de concentrar quatro dias antes do jogo e trabalhar reservadamente em um CT”, disse Vica.

Por sinal, o treinador revelou que procura não falar com o seu atual elenco sobre as feridas abertas no ano passado. “Acredito que as duas situações não sejam tão semelhantes assim. Nem fico comentando isso com os jogadores. Ano passado fizemos tudo certo. Estávamos invictos, batemos recordes, mas perdemos a vaga em uma partida. É como disse antes, no mata-mata. Se não fizermos duas partidas equilibradas podemos ser surpreendidos. No jogo de ida vencemos, mas não fomos tão bem. Os erros servem de alerta”, destacou o escaldado Vica.

Diario de Pernambuco