Os problemas que aguardam Martelotte no Timbu
São esses desafios que me movem,afirmou o treinador
Rodrigo Lôbo/JC Online
Novo técnico tem muito o que resolver e em pouco tempo
Assumir um clube moralmente já rebaixado mesmo com muitas rodadas a serem jogadas é mais do que podemos chamar de desafio. Pode até ser um suicídio, principalmente para quem está começando a construir sua imagem de treinador e por já ter passado ainda neste ano nos rivais Santa Cruz e Sport. Tudo bem que o contrato de Marcelo Martelotte com o Náutico é de apenas quatro meses e, na prática, ele não chega com a missão de livrar a equipe da queda cada vez mais iminente. O planejamento já mira 2014. Mas se ele não conseguir estancar pelo menos a sequência de insucessos, prever uma continuidade no próximo ano pode ser difícil.
Apresentado oficialmente no último domingo, quando Levi Gomes passou o bastão após o 0x0 contra o Flamengo, Martelotte não terá muito tempo para corrigir os problemas do Náutico. E há muito o que fazer. O primeiro deles e que mais incomoda, claro, é fazer a equipe vencer. Já são 15 partidas seguidas sem ganhar. Igualou o seu pior jejum na história de todos os Brasileiros (em 2009, quando foi rebaixado, também ficou 15 jogos na “seca”).
Amanhã, se não ganhar do Santos, em jogo atrasado da 11ª rodada, às 21h, na Vila Belmiro, o Náutico baterá mais um recorde negativo. A conta, claro, não cairá no bolso de Martelotte, que chegou pensando além de 2013, como ele próprio afirmou no domingo. “Meu contrato é até o fim do ano, quando acontecerá o processo eleitoral. Agora isso não elimina pensar em 2014, poder avaliar e analisar esse grupo que pode ser aproveitado em boa parte para as competições que o Náutico for disputar no próximo ano”, disse.
Agora não basta vencer. Martelotte precisa dar um padrão de jogo a um time sem cara, melhorar o ataque, ajeitar a defesa etc. O reflexo é mostrado dentro de campo. Diante do Flamengo, foram apenas quatro finalizações certas - sendo somente uma em todo o segundo tempo. Não é à toa que tem o pior ataque. Se olharmos para o segundo pior, o Corinthians e seus 20 gols, o desespero só aumenta.
A conta para o Náutico escapar do rebaixamento é bem simples. Difícil é conseguir fazê-la. O Timbu precisa de 12 vitórias nos 16 jogos restantes. “São esses desafios que me movem”, afirmou o treinador.
É bom lembrar que quando desembarcou no Santa Cruz, Martelotte chegou com um pouco de desconfiança, mas levou o time ao tricampeonato pernambucano. No Sport, apesar da controversa demissão, deixou a equipe na fase internacional da Sul-Americana. Agora no Náutico, mesmo com os números jogando contra, ele tem mais uma chance de provar o contrário e continuar agregando feitos positivos para a sua imagem de treinador.
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