Super Bowl cabra da peste
Mariners (de azul) impediu ataque do Confiança de marcar pontos
Guga Matos/JC Imagem
Aflitos vive domingo diferente com jogo do Brasileiro entre Recife Mariners e Confiança Imortais
As batidas dos punhos fechados nas placas de proteção e capacetes abafavam o discurso do treinador Lucas Cisneiros, mas ainda se podia ouvir as palavras de incentivo no vestiário dos Aflitos, neste domingo (22/9). “Não tem muito o que falar. Tem que respeitar a torcida. Tem que honrar a camisa”, dizia o técnico, momentos antes de o Recife Mariners, time de futebol americano da capital pernambucana, se dirigir ao túnel que levava ao gramado. Estavam prestes a escrever mais um capítulo de uma história que começou há sete anos e chegava no auge de poder, enfim, jogar mais perto de “casa” – geralmente, atuam em Camaragibe.
Há quem subestime o feito. Quem o faz, esquece que gosto não se discute e paixão é arrebatadora. Fãs do esporte da bola oval, os membros do Mariners se elevaram ao patamar de jogadores e diretores de uma modalidade que passaram a amar vendo imagens nos canais de TV a cabo das transmissões norte-americanas – e que no Brasil luta dia a dia para ganhar respeito. Para tanto, se sacrificam para disputar o Campeonato Brasileiro, que foi o caso deste domingo, na partida contra o Confiança Imortais, em que acabaram vencendo por 31x0.
“O custo total do evento foi de uns R$ 20 mil”, revelou o presidente do Mariners, Júlio Deodato, valor pago com venda de ingressos antecipada, ajuda financeira de pais de atletas e alguns poucos patrocínios. Nas sociais dos Aflitos, especula-se um público de 2,5 mil pessoas, número expressivo atingido por criativas ações de marketing do time durante as semanas anteriores, como a participação de jogadores com uniformes em corridas de rua e aparições surpresa em espaços públicos.
A emoção nos vestiários antes de entrar no campo se reflete nos esforços para se criar uma identidade junto ao público recifense. O jogo nos Aflitos tinha o objetivo de chamar a atenção para o crescimento do futebol americano. “Ver tanta gente aqui é mais que um sonho. Há sete anos, estávamos na praia de Boa Viagem, tirando lixo da areia pra poder treinar. Agora estamos aqui. Não tenho vergonha de dizer que precisamos de ajuda e parceiros”, disse Cisneiros. A equipe planeja mais jogos no estádio do Náutico para o futuro.
No campo, o Confiança Imortais também mostrou que pena no esporte. O time veio com metade da quantidade de jogadores que o Mariners e acabou sendo uma presa fácil. Isso não tira o mérito do time recifense, que marcou quatro touchdowns (jogadas, que, na maioria das vezes, valem 7 pontos) – sendo dois com Raphael Guri – e um field goal (chute que vale três pontos).
Os alviazulinos recifenses têm pela frente o Salvador Kings, em Salvador. Com a vitória deste domingo, garantiram vaga nos playoffs. Outra equipe pernambucana, o Recife Pirates bateu o Kings por 42x0, em Camaragibe, e precisa de uma vitória sobre o Maceió Marechais e torcer por outros resultados para poder se classificar.
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