Handebol de areia: o soberano desconhecido
Brasil é destaque na modalidade que ainda tem pouca popularidade no país
É recorrente o fato de esportes amadores serem injustamente esquecidos, mesmo quando rendem títulos significativos a times ou seleções. No caso do Brasil, o handebol de areia é uma modalidade ainda pouco procurada, mas que eleva o nome do país em escala global. Praticado desde a década de 80 pelos italianos, o esporte chegou às terras tupiniquins, oficialmente, nos anos 90, porém, ganhou mais popularidade apenas a partir do início de 2012, e tem, em Pernambuco, dois representantes em ação.
Atletas de quadra do Clube Português/Aeso, a defensora recifense Priscilla Annes, de 30 anos, e o lateral-direito fortalezense Nailson Amaral, 22, atuam por equipes da cidade de João Pessoa no chamado beach handball – APCEF (Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal) e HCP (Handebol Clube da Paraíba), respectivamente –, sendo constantemente chamados para as seleções brasileiras feminina e masculina.
A experiente jogadora, que começou nas areias em 2008, explica as principais diferenças entre a sua especialidade, meio no qual é conhecida como a “muralha brasileira”, e o handebol disputado dentro dos ginásios.
“O handebol de areia é mais dinâmico, de pouco contato, e exige mais preparação física, pois jogamos debaixo de sol, chuva e temperaturas oscilantes. Além disso, a espetacularidade das jogadas conta muito. Por exemplo, um gol feito após um giro de 360º vale dois pontos”, detalha a atleta. E confronta: “Na quadra, o jogo é mais objetivo. Os gols têm valor único e o contato é intenso”.
No handebol de areia, a seleção brasileira, nos gêneros masculino e feminino, é a maior ganhadora de medalhas em campeonatos mundiais. Após cinco edições da competição internacional, a elite verde-amarela feminina soma duas medalhas de ouro e duas de bronze, enquanto a masculina tem três ouros e uma prata. O país que mais se aproxima da marca é a Croácia, com três aparições no pódio. O próximo compromisso dos lusos pela Canarinho será o World Games, espécie de Jogos Olímpicos para esportes não olímpicos, entre 27 de julho e 11 de agosto, na Colômbia. Nesta competição, o grupo nacional também é soberano.
Quatro estados são os maiores responsáveis por fazer o Brasil ser uma das maiores potências das areias. Pelo eixo Sul e Sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro são os principais, enquanto no Nordeste, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte surgem como maiores referências. E esses locais terminam funcionando como sedes que reúnem os principais atletas da modalidade, como é o caso da cidade da capital paraibana, que conta com Priscilla e Nailson.
O jogador, inclusive, venceu o Campeonato Pan-Americano 2013, na Argentina, pela seleção brasileira, e levou os prêmios de melhor lateral-direito e melhor jogador da competição.
JC Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário