Itália vence Japão em jogo histórico na Arena Pernambuco
Azzurra precisou superar a torcida local em peso a favor dos japoneses e venceu de virada por 4 x 3
Simplesmente, o melhor jogo da Copa das Confederações até o momento. Se no domingo o domínio espanhol foi gritante, tendo futebol basicamente de um lado, nesta quarta italianos e japoneses deram um verdadeiro espetáculo. Foram sete gols, inúmeras chances criadas dos dois lados, bolas na trave, polêmica e uma vitória do jeito que a Azzurra gosta, com drama. Um 4 x 3 que classificou o time de Cesare Prandelli à semifinal do torneio. Um jogo em que o time chegou a estar perdendo por dois gols, virou, cedeu o empate e foi buscar o tento derradeiro nos instantes finais. Outro ponto positivo foi o comportamento do público com 40.489, oito mil pessoas a mais que a expectativa da partida no dia anterior. Acolheu o Japão, mas aplaudiu bastante os italianos no fim do jogo, daqueles para guardar na memória.Disposto a apagar o vexame na estreia, nas palavras dos próprios nipônicos, o Japão começou controlando a bola, buscando investidas em velocidade pelas laterais, com a bola passando sempre passando pelos pés do camisa 10, Kagawa, do Manchester United. Organizada taticamente, a Itália não teve pressa para buscar o ataque. A Azzurra parecia disposta a quebrar o sistema asiático, tanto que Balotelli se manteve isolado, bem à frente.
A primeir boa chance, de fato, surgiu apenas aos 16 minutos, num chute forte de Kagawa, da intermediária. Buffon espalmou para escanteio, mostrando a força da acústica do estádio, com um "uhhhh" deixando claro que àquela altura a torcida pernambucana era pelo Japão.
No domingo a Espanha passara pelo mesmo. Tocando a bola e dando aula, ganhou a torcida durante o jogo. Portanto, caberia ao time de Cesare Prandelli mostrar futebol para reverter o quadro. Não seria fácil, ainda mais com a penalidade aos 20, com Buffon derrubando Okazaki. O goleiro da Juventus reclamou bastante do lance e anda levou o amarelo. Na cobrança, Honda bateu firme no meio do gol e abriu o placar.
Em desvantagem, a Itália apertou a marcação, adiantando o meio-campo. Passou a ter mais posse de bola, mas sem contundência. O Japão seguia na correria, levantando bolas na área. Em uma delas, aos 33 minutos, Kagawa se aproveitou e mandou no cantinho. A partir daí, a torcida passou a entoar o grito de "olé" a cada passe, deixando o time europeu nervoso. De Rossi foi o primeiro a abusar da violência e logo recebeu o amarelo.
Aos 40 minutos, numa arma conhecida, a bola para de Pirlo, surgiu o primeiro gol italiano. O meia cobrou escanteio pelo lado esquerdo e De Rossi subiu muito, cabeceando com força. Com a pesada camisa que vestiam, os italianos acordaram. Nos descontos, Giaccherini ainda acertou a trave.
Aquele último lance foi o aviso de que a Itália deve ser sempre respeitada. Um aviso que muitos insistem em ignrar. O recomeço de jogo foi a 200 km/, a bordo de uma Ferrari, com o time azul virando o placar em sete minutos. No empate, Uchida marcou contra, após bola rasteira de Giaccherini. Em seguida, em mais um pênalti, Mario Balotelli, marrento, virou o placar. E parte da torcida virou a casaca. Mas o gol fez o Japão acordar. Depois de voltar a dominar as ações do jogo, a seleção asiática conseguiu o empate numa bela cabeça da de Okazaki.
As duas carimbadas no travessão de Buffon (no mesmo lance) surgiram como um prenúncio do castigo que estava por vir. Num contra-ataque mortal, De Rossi lançou Marchisio, que avançou até a linha de fundo e cruzou rasteiro para Giovinco escorar para o gol vazio. Uma ingrata despedida para uma seleção que presenteou o público com um belo futebol. Um jogo para guardar na memória.
Local: Arena Pernambuco.
Árbitro: Diego Abal (ARG).
Assistentes: Hernan Maidana (ARG) e Juan Pablo Belatti (ARG).
Gols: De Rossi (I), Honda (J), Kagawa (J), Yoshida (J), Giovinco (I), Balotelli (I), Okazaki (J)
Carões amarelos: Buffon, De Rossi (I), Hasebe e Konno (J).
Público: 40.489.
Itália
Buffon; Maggio (Abate), Barzagli, Chiellini e De Sciglio; Pirlo, De Rossi, Montolivo, Giaccherini (Marchisio) e Aquilani (Giovinco); Balotelli. Técnico: Cesare Prandelli.
JapãoKawashima; Uchida (Sakai), Yoshida, Konno e Nagatomo; Endo, Hasebe (Nakamura), Kagawa, Okazaki e Honda; Maeda (Havenaar). Técnico: Alberto Zaccheroni.
Diario de Pernambuco
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