Para elogiar Copa das Confederações, Valcke compara torneio à Seleção Brasileira
Aparentemente adaptado ao discurso brasileiro, Jérôme Valcke recorreu a uma metáfora para falar sobre a organização do torneio. “Podemos comparar a Copa das Confederações à Seleção Brasileira. Muitos nos questionaram antes do inicio da competição. Muitos questionaram Neymar. O que se vê agora é que a Copa das Confederações serviu para Scolari criar um time e evoluir. O mesmo serve para a organização”, comparou o secretário-geral da Fifa.
Criticado nos protestos dos últimos dias, o investimento do governo federal no torneio foi defendido por Aldo Rebelo. “A Copa do Mundo não é realizada a partir de uma oferta dos organizadores. Ela é disputada por candidaturas. O Brasil aceitou o caderno de encargos e assumiu obrigações com organizadores e todos os participantes”, afirmou. O político aproveitou a coletiva para transmitir uma planilha dos investimentos de outras pastas: em cinco anos, dobrou-se o investimento federal em saúde, enquanto os gastos em educação quase triplicaram, segundo os números mostrados. “Não há nenhum recurso desviado de educação e saúde para a construção de estádios”, esclareceu.
De acordo com os números do governo federal, 86 mil trabalhadores estão se qualificando em cursos ofetrecidos pelo Pronatec Copa. Além disso, foram criados 24.500 empregos diretos apenas nos seis estádios da Copa das Confederações — número bem maior do que o balanço apresentado pela Fifa, de 6 mil empregos temporários no país. Jérôme Valcke citou como exemplo o boné do Fuleco, mascote das copas dos torneio da Fifa: uma empresa tem 90 funcionários para produzi-lo.
Gramados
Alvos de reclamação por parte das equipes participantes da Copa das Confederações, os gramados dos seis estádios utilizados no torneio foram defendidos por Ricardo Trade. “Tivemos alguns problemas porque eles são muito novos”, explicou. “Está sendo feito um investimento para a melhoria dos gramados das arenas, para que eles estejam prontos até dezembro de 2013 e, assim, sejam tratados até o Mundial.”
Os presentes na entrevista coletiva trataram como “especulação” a notícia de que a Fifa poderia tirar a Copa do Mundo do Brasil. “Jamais recebi uma proposta oficial para que outro país assuma a condição de sede”, afirmou Valcke. “O que sei, li pelos meios de imprensa”, esquivou-se Aldo Rebelo.
Sem protestos
Antes de a coletiva começar, o diretor de comunicação da Fifa, Walter de Gregorio, pediu que os jornalistas não fizessem perguntas sobre as manifestações que acontecem no país desde a semana passada. “A situação é dificil. Se não dissermos nada, somos criticados. Se fizermos comentários, podemos ser acusados de interferência. Aceitamos a democracia de protestos, mas não é nossa postura falar sobre isso. Por favor, aceitem”, declarou o dirigente.
Correio Braziliense
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