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segunda-feira, 27 de maio de 2013

SANTA CRUZ - CLUBE DO CORAÇÃO

Sandro: "Só aceitei porque é o Santa Cruz"

De volta, agora como treinador, o ex-auxiliar de Zé Teodoro ratificou sua identificação com o time e falou sobre a proposta que pretende aplicar

De volta ao Santa Cruz seis meses depois de deixar o clube criticando a diretoria, Sandro Barbosa disse estar pronto para encarar o primeiro desafio como treinador. Sincero e transparente como de costume, o ex-zagueiro disse que sua única exigência foi ter estas características retribuídas pelos dirigentes. Auxiliar de Zé Teodoro durante as últimas duas temporadas, Sandro ainda garantiu ter um estilo diferente do ex-comandante coral, mas adiantou que pretende armar um time que prime pela forte marcação.

Bem ao seu estilo, Sandro não se esquivou da pergunta sobre sua conturbada saída do clube. “Eu realmente estava muito insatisfeito. Saí por causa da pirangagem de Antônio Luiz Neto”, lembrou, em tom de brincadeira. “O presidente é muito pão-duro. E ele sabe disso. Mas o tempo provou que eu estava certo. Tiago Cardoso e Dênis Marques foram fundamentais para a conquista deste tricampeonato”, acrecentou.

Reforçando sua identificação com o clube, Sandro explicou o principal motivo pelo qual resolveu voltar. “Nunca neguei que sou tricolor. Acho que sou o único profissional que trabalha com futebol que fala sobre isso abertamente. Aceitei este convite porque é o Santa Cruz. Conheço todos os funcionários, pelo menos 80% dos jogadores e sei que o projeto desta diretoria é muito sério. Por isso, aceitei sem nem acertar os valores do meu salário. Ainda vamos conversar sobre isso. A única exigência que fiz foi que eles sejam sinceros comigo. Pagar em dia é uma obrigação, e não uma virtude. E vou exigir isso.”

Responsável pelas indicações e negociações com Zé Teodoro e Marcelo Martelotte, Sandro disse esperar ter o mesmo sucesso de seus antecessores. “Indiquei os dois aos dirigentes e negociei suas vindas junto à diretoria. Então, espero ter o mesmo sucesso, pelo menos”, brincou. “Não me preocupo com quem acha que sou retranqueiro pelo fato de ter trabalhado tanto tempo com Zé. Também tenho características parecidas com as de Martelotte. Tenho um estilo próprio”, assegurou. “São grandes treinadores e ser comparado a eles é uma honra para mim.”

Mesmo afirmando que não pretende abrir mão de uma marcação forte, Sandro adiantou não ver motivos para promover grandes mudanças em relação à proposta com a qual Martelotte conduziu o time ao tricampeonato. “Não vou chegar mudando tudo porque o time está bem. Martelotte fez um belo trabalho. Mas esta coisa de retranca é muito relativa. Na final da Champions League, Ribery e Robben voltavam para marcar o tempo inteiro. Isso faz do Bayern um time retranqueiro? Meu time vai ser forte na marcação, mas com liberdade para atacar”, comparou.
Diario de Pernambuco

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