O Sport e a tentação de ir para cima
Jogando com três atacantes, Sport tem um aproveitamento melhor do que com três volantes
A goleada aplicada sobre o Ypiranga, ainda na primeira partida da semifinal, dava ao técnico Sérgio Guedes o luxo de projetar cenários distintos para a decisão do Campeonato Pernambucano. O treinador adiantou que tinha uma formação na cabeça dependendo do adversário que poderia encarar na grande final. Deu a entender que pode preparar novidades. Mas o retrospecto da equipe sob o seu comando mostra que o técnico não tem muito o que fabricar. Desde que retornou ao comando do Rubro-negro, ele divide o time entre atuações com três volantes e uma linha de frente com três atacantes. Essa última comprova, nos números, maior eficiência e pode ser a arma para desbancar o Santa Cruz na decisão.
No último sábado, inclusive, a equipe mostrou uma nova face com essa formação. Com Felipe Menezes improvisado como centroavante, o Sport passou a ter um setor ofensivo mais dinâmico. O quarteto, que ainda contou com Lucas Lima na armação e Felipe Azevedo e Marcos Aurélio atuando mais abertos, confundia a marcação adversária quando o Leão da Ilha tinha a posse de bola, variando também para o 4-4-2. Os atletas não se limitavam a ocupar os espaços pré-determinados e trocavam de posição. Com isso, conseguiram mais uma goleada.
“Acho que a equipe tem que ir para frente. Buscar o resultado. Temos jogadores que voltam para marcar com essa formação (com quatro jogadores ofensivos). Tomara que comece assim. Mas se o professor optar por outra formação, a gente também não perde muito. Teoricamente, Fábio Bahia entraria. Nós temos Rithely que apoia bem. Mas eu gostei muito da movimentação nessa última partida”, analisou Felipe Azevedo.
A vitória sobre o Ypiranga, inclusive, representou 100% de aproveitamento da equipe com esse estilo de jogo. Longe de ser uma coincidência, Sérgio Guedes decidiu utilizar essa formação para iniciar duelos apenas na Ilha do Retiro – onde o time tem obrigação de vencer. Mas essa “carta na manga” também foi utilizada para salvar algumas atuações que se desenhavam apagadas. Assim foram nas partidas com o Ypiranga, pelo segundo turno e no primeiro duelo da semifinal, e ainda no clássico contra o próprio Santa Cruz. Todas fora de casa. Contra esse estilo de jogo, pesa o cuidado redobrado que é preciso ter na marcação. Quem ataca também precisa defender. Essa passa a ser a questão que determina o sucesso da formação.
Com três volantes*
5 jogos
12 Gols marcados
6 gols sofridos
3 vitórias
2 empates
73,3% de aproveitamento
O papel de Rithely é fundamental. Ele passa a ser o termômetro da equipe tendo que marcar e sair com a mesma eficiência para o ataque. Sem ele, o Sport perde muito poderio ofensivo
Com três atacantes
4 jogos
4 vitórias
16 gols marcados
3 gols sofridos
100% de aproveitamento
Os atacantes que atuam pelos lados passam a ter papel importante na marcação dos laterais adversários, mas também podem confundir a marcação do rival com as constantes trocas de posição.
*A primeira partida de Sérgio Guedes foi contra o Petrolina, pela sexta rodada do Estadual. O treinador, porém, decidiu manter o time montado pelo ex-interino Gustavo Bueno com três zagueiros. Por issso, ficou de fora da conta.
Diario de Pernambuco
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