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quinta-feira, 25 de abril de 2013

SELEÇÃO BRASILEIRA - DECEPCIONANTE


Brasil decepciona e empate com Chile no Mineirão

    

Em nova e fraca atuação, time de Felipão ficou no 2 a 2 com um freguês histórico

A Seleção foi freada por um de seus maiores fregueses. O empate diante do Chile por 2 a 2, na estreia do time brasileiro em um estádio de Copa do Mundo (o Mineirão), frustrou os torcedores e trouxe também o desacerto entre a declaração do treinador, em entrevista concedida segunda-feira, e o modo como sua própria equipe atuou diante dos chilenos.

Luiz Felipe Scolari, na segunda, mostrou descrédito quanto à mudança na função dos volantes dos times atuais. Outrora jogadores de destruição, os novos volantes ganharam e importância e versatilidade dentro dos maiores clubes e seleções do planeta. Xabi Alonso, da Espanha, Bastian Schweinsteiger, na Alemanha, Daniele De Rossi, na Itália, são apenas alguns exemplos de jogadores que se reinventaram e conseguiram desenvolver a própria funcionalidade da posição dentro de campo. No Brasil, o maior exemplo disso é Hernanes, ídolo da Lazio e, ironicamente, ignorado por diversos técnicos da Seleção Brasileira.

Felipão bradou que essa “novidade de volantes que marcam gols e chegam à frente é bonito para a imprensa”. Claramente indo de encontro a algo que é mais do que uma tendência: e sim um novo momento e evolução da parte tática do futebol, o técnico da Seleção mostrou uma desatualização e um jeito arcaico de ver o esporte que preocupa para a Copa das Confederações e, claro, para a Copa do Mundo de 2014.

Contra o Chile, o exemplo claro: o time não tinha saída de bola. Coube aos zagueiros Dedé e Réver armarem a saída de bola brasileira, sem conseguir fazê-lo de forma efetiva. Réver, por sinal, atuou como “atacante” e marcou o gol de empate da equipe, de cabeça. Os brasileiros saíram perdendo com gol logo aos sete minutos, do também zagueiro chileno González.

Minutos depois, Neymar perdeu chance clara de virar o jogo, após jogada armada pelo volante/lateral Jean. Os volantes do time, por sinal, eram Ralf e Paulinho. Ambos destacaram exatamente pela versatilidade no Corinthians. Foram titulares contra os chilenos. Na mesma semana que Bayern de Munique e Borussia Dortmund golearam na Liga dos Campeões com grandes atuações de seus volantes (Schweinsteiger e Gundogan), a Seleção Brasileira de Felipão dá mostras que parou no tempo e vai na contramão do desenvolvimento tático.

Na segunda etapa, Paulinho se adiantou e começou a ajudar Jádson e Ronaldinho Gaúcho. Deu resultado. Em jogada iniciada por Ronaldinho, Neymar virou o jogo para a Seleção. O Chile respondeu com Vargas, empatando novamente o jogo. Felipão pode ter suas convicções, mas o modo como o seu próprio time jogou, diante de um freguês histórico, levanta o problema que, embora ele não queira a mudança, ela acontece. Com ou sem ele.

Brasil 2

Diego Cavalieri; Jean (Marcos Rocha), Dedé, Réver, André Santos; Paulinho, Ralf (Fernando), Jádson (Osvaldo), Ronaldinho Gaúcho; Neymar, Leandro Damião (Alexandre Pato). Técnico: Luiz Felipe Scolari

Chile 2

Johnny Herrera; Crístian Alvarez, José Rojas, Marcos González, Eugenio Mena; Braulio Leal, Fernando Meneses, Lorenzo Reyes; Cortés (Pedro), Vargas (Robles), Eduardo Rubio (Figueroa). Técnico: Jorge Sampaoli

Árbitro: Carlos Amarilla (PAR)
Auxiliares: Carlos Cáceres (PAR) e Darío Gaona (PAR)
Local: Mineirão
Horário: 22h
Gols: Marcos González (7’), Réver (25), Neymar (9’ 2T), Vargas (18’ 2T)
Cartões amarelos: Ronaldinho Gaúcho, Crístian Alvarez
Diario de Pernambuco

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