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segunda-feira, 25 de março de 2013

SELEÇÃO BRASILEIRA - AMISTOSO

Fred salva a Seleção aos 44 e evita derrota contra a Rússia em Londres

Atacante faz terceiro gol em três jogos com Felipão e garante 1 a 1. Neymar é vaiado e chamado de pipoqueiro por alguns brasileiros


Luiz Felipe Scolari encontrou seu salvador na Seleção. Após marcar contra Inglaterra (derrota de 2 a 1) e Itália (empate de 2 a 2), Fred evitou novo fracasso do Brasil em Londres nesta segunda-feira ao balançar a rede aos 44 do minutos do segundo tempo: 1 a 1 com a Rússia, no estádio Stamford Bridge, a casa do Chelsea.
Este foi o último jogo com a Seleção completa, contando com "estrangeiros", antes da convocação final da Copa das Confederações. O gol salvador marcado por Fred, no entanto, não apaga a péssima atuação do Brasil diante da Rússia, sensação das eliminatórias da Europa para a Copa do Mundo com 100% de aproveitamento.
Durante a maior parte do jogo, os russos foram superiores à seleção brasileira. Quando tinha bola, o time verde-amarelo quase não chutou a gol. Foram poucas as jogadas de perigo criadas. A partida talvez tenha sido a pior sob o comando do novo técnico, que terá muito trabalho para montar o grupo para a Copa das Confederações.

Neymar, a principal esperança do Brasil para a Copa do Mundo de 2014, dessa vez não sofreu apenas com a antipatia já tradicional dos ingleses contra ele. Mas também dos brasileiros. Uma parte pequena da torcida chamou o atacante santista de pipoqueiro. Kaká, que tinha uma prova de fogo para tentar se firmar, foi aplaudido e vaiado quando saiu. Hulk, que entrou no lugar de Oscar no segundo tempo, foi o melhor do Brasil.
Antes de definir o grupo para a Copa das Confederações, a seleção brasileira tem apenas mais dois desafios. Ambos somente com jogadores que atuam no futebol nacional. No dia 6 de abril, encara a Bolívia, em Santa Cruz de la Sierra. E no dia 25 do mesmo mês, o desafio é contra o Chile, no Mineirão, em Belo 

Se no empate por 2 a 2 com a Itália, na última quinta-feira, em Genebra, os 2 a 0 parciais do primeiro tempo apagaram o sufoco que a seleção brasileira passou, o 0 a 0 da etapa inicial do jogo contra a Rússia deixou ainda mais claro que Luiz Felipe Scolari terá muito trabalho para montar um time para a Copa das Confederações e para o Mundial de 2014.
Invicta nas eliminatórias, a Rússia engoliu a Seleção nos primeiros 15 minutos. Com uma chance atrás da outra, fez os brasileiros baterem cabeça. A primeira oportunidade dos russos foi logo aos dois minutos, em falta cobrada por Ignashevich e defendida por Julio César.

Era só o começo da pressão. Depois, Kolorin chegou com perigo, assim como Kerzhakov e Gluschakov. Esse último só não abriu o placar para os russos porque Hernanes apareceu bem na hora para travar, aos 12. Quando tinha a posse de bola, a seleção brasileira desperdiçava com facilidade.
Sem explorar bem as laterais (Daniel Alves errou muito, e Marcelo estava marcando mais do que atacando), as tentativas pelo meio foram frustrantes. Mais uma vez tímido, Neymar voltou a contar com a antipatia dos ingleses. Aos 16 minutos, o atacante do Santos foi vaiado por ter cometido uma falta.
A antipatia com Neymar, porém, não partiu apenas dos estrangeiros. Até brasileiros pegaram no pé do craque depois de duas chances desperdiçadas. Na primeira, aos 27, ele chutou para fora. E na segunda, aos 32, ele tentou firula e desperdiçou a jogada. Em ambas, alguns brasileiros gritaram pipoqueiro.
Com o quarteto ofensivo (Kaká, Oscar, Neymar e Fred) sem brilho, a Seleção era presa fácil para os russos, que chegaram novamente com perigo aos 40, em chute de Fayzulin. Em resumo, a Rússia teve atuação melhor, principalmente por ter criado chances muito mais reais que as do Brasil.
Fred salva a Seleção nos minutos finais
Felipão deu mais um voto de confiança para o time que iniciou a partida e a seleção brasileira voltou para o segundo tempo sem alterações. Assim como a Rússia. O Brasil, no entanto, tinha os mesmos problemas. Kaká e Oscar não conseguiam criar. Neymar e Fred apareciam pouco. E os erros persistiam.

As trocas de passes dos brasileiros pareciam inseguras. Sem convicção. Bem diferente dos russos, que quando tinham a bola conseguiam chegar rapidamente ao ataque. Mesmo que sem finalizar. Diante da dificuldade brasileira, Kaká resolveu acelerar o jogo. Mas o meia do Real Madrid não conseguia fazer a bola girar.
Faltava ao Brasil arriscar mais. Chutar mais. Felipão, no primeiro tempo, já havia cobrado mais finalizações. Mas a Seleção persistia no erro de tentar chegar mais perto do gol. Aos dez minutos, Kaká fez ótima jogada pelo meio e tabelou com Fred. Mas foi facilmente interceptado antes da conclusão.
Aos 13 minutos, o Brasil teve uma rara chance em cobrança de falta. Bem perigosa. Mas David Luiz acertou na barreira. E no rebote, mandou na zaga. O segundo bom chute da Seleção no jogo veio só aos 19 minutos. De perna direita, o lateral-esquerdo Marcelo tentou. Mas Gabulov defendeu.
Felipão fez a primeira alteração aos 22 minutos, quando colocou Hulk no lugar de Oscar. Ao entrar em campo, o atacante do Zenit foi vaiado. Aos poucos, a seleção brasileira tentava criar mais jogadas, mas os erros de passe eram fatais. Sem conseguir criar perigo, nada mais natural do que levar sufoco. E gol.
Aos 27 minutos, a Seleção sofreu um bombardeio russo. Kerzhakov finalizou, e Hernanes salvou. Na sequência, Shirokov bateu e Fernando, em cima da linha, evitou o gol. Mas a finalização de Fayzulin ninguém parou. Em chute forte, o meio de campo russo colocou o time europeu em vantagem: 1 a 0.
Aos trancos e barrancos, o Brasil foi em busca do empate. Aos 40, Hulk pedalou pela esquerda da área e foi derrubado por Eschenko, que levou amarelo, quase em cima da linha. Mas a cobrança de falta de Hernanes foi muito ruim, por cima do travessão.
O gol salvador saiu aos 44. Marcelo iniciou a jogada pela esquerda, tabelou com Hulk, entrou na área e rolou para Fred, que tocou de primeira, sem defesa para Gabulov. Três gols do atacante do Fluminense em três jogos com Felipão, que agora tem dois empates e uma derrota no comando da Seleção após seu retorno.

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