Quem vai arcar com o prejuízo?
Comerciante teve o carro danificado e foi orientado pelo delegado a não prestar queixa
Cícero Emanuel: 30 anos, casado, pai de dois filhos. Torcedor do Sport e simpatizante do Central, caruaruense que é. Pretendia ir ao jogo deste domingo. Esperava em casa a chegada do amigo, com o qual tinha combinado de ir ao estádio. Desistiu quando viu da janela de casa o quebra-quebra se alastrar pela rua onde mora. Alvo dos vândalos, o carro, apedrejado em frente de casa, é o sustento de Cícero, comerciante que ganha a vida entregando quentinhas. A esposa e os filhos ficaram acuados junto a ele durante os minutos de terror que antecederam o jogo entre Central e Sport. A pergunta é: quem irá arcar com o prejuízo?
Logo após o incidente, ele procurou as autoridades presentes do Juizado Especial do Torcedor (Jetep). Primeiro, foi orientado a falar com o delegado do jogo, que o mandou voltar em meia hora para prestar queixa. Retorno em vão. "Ele me disse que eu poderia até fazer, mas não adiantaria nada prestar queixa. Ninguém iria arcar com o meu prejuízo", contou.
O tom sereno das palavras não tiraram a força do desabado do comerciante. "Nunca tinha presenciado algo desta maneira. Não assim de tão perto. Moro aqui desde que nasci. Essas coisas só começaram a acontecer depois que foi criada a Comando Alvinegro (organizada do Central). Tem que ser extinta. De organizada não tem nada. Antes, isso aqui era uma tranquilidade", lamentou.
Diario de Pernambuco
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