Advogado de corintianos quer convencer Justiça boliviana
Defensor concentra esforços para apresentar provas de que seus clientes são inocentes
Ciente de que a confissão do menor que se diz autor do disparo do sinalizador marítimo que matou o jovem Kevin Espada, de 14 anos, não deve mudar a posição da Justiça boliviana em relação aos 12 corintianos que estão presos desde a semana passada na penitenciária San Pedro, em Oruro, o advogado dos brasileiros, o boliviano Miguel Blancourt, concentra esforços para apresentar provas de que seus clientes são inocentes.
Na manhã desta sexta-feira, o advogado veio a Oruro (ele não conseguiu chegar antes porque as estradas de acesso ao município estavam bloqueadas devido à greve geral contra a mudança do nome do aeroporto) e assinou contrato de prestação de serviço com dois diretores da Gaviões da Fiel que estão na Bolívia para prestar assistência aos presos - até quinta-feira, ele atuava no caso apenas como consultor jurídico da embaixada brasileira.
Blancourt chegou com um documento no qual aponta erros na investigação e, por isso, pede que novos elementos sejam levantados pela Justiça. São eles: 1) que os corintianos participem da reconstrução do crime; 2) que a polícia inspecione as condições de segurança do estádio Jesus Bermudez; 3) que a polícia apresente o critério que utilizou para prender 12 corintianos entre cerca de 300 que estavam na arquibancada; 4) que seja apresentado o laudo do exame que detectou vestígios de pólvora nas mãos de dois corintianos.
O advogado foi na manhã desta sexta-feira à Penitenciária San Pedro recolher as assinaturas dos 12 presos e no início da tarde apresentou o documento no Ministério Público. Segundo ele, o pedido pode demorar de três semanas a um mês para ser analisado.
"O que queremos é que o caso seja investigado. Esse torcedores estão presos sem que fosse feita uma investigação de verdade", justifica Blancourt.
Segundo ele, a confissão do menor feita no Brasil na segunda-feira é importante, mas não basta. "O mais importante é mostrar que os 12 que estão presos aqui são inocentes. Não podemos nos centrar apenas na confissão do menor", disse.
Paralelo a isso, corre a apelação pedindo a liberdade provisória dos torcedores. O caso deveria ser analisado pela Justiça nesta sexta-feira, mas por causa da greve geral só será julgado no fim da próxima semana.
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