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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

SPORT BASQUETE - BOA DE MOTOR

Rubro-negra Alessanda mostra talento com a bola e o motor
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Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


Craque com a bola nas mãos e mais entendedora de carro que muito marmanjo por aí. Esse é o perfil de um dos principais nomes do time feminino de basquete do Sport, a pivô Alessandra, mais experiente do grupo que lidera com 100% de aproveitamento a Liga de Basquete Feminino (LBF), Nacional da modalidade. Além de um currículo invejável dentro das quadras – entre outros, soma um título mundial com a seleção brasileira e três participação olímpicas, que renderam medalhas de prata e bronze –, a jogadora também se dá bem sujando a mão de graxa. Ela é dona de uma franquia da Evydhence Perícia Automotiva, empresa que presta serviços de perícia para compra e venda de veículos e vistoria dos automóveis para seguradoras.
A herança, como ela mesma descreve, veio do ex-marido. Com o fim do casamento, em meados de 2009 a Evydhence ficou sob responsabilidade de Alessandra, que não decepcionou. “Caí de paraquedas nesse ramo. Eu sabia o básico de carro, onde ficam marcha, câmbio, radiador, essas coisas. Mas para trabalhar com isso é preciso mais, e fui aprendendo com a prática mesmo. Não sou mecânica, mas preciso entender do assunto”, contou a jogadora, que hoje serve até como uma espécie de oráculo para as companheiras. Exemplo é a armadora Adrianinha. A pedido do JC, a também rubro-negra cedeu o próprio carro para uma avaliação especial.
“Um passo importante é checar a documentação, ver a autenticidade do carro, sentir o papel. Esse é um meio muito usado por bandidos para infringir leis”, contou. “Depois vamos tirando fotos ao redor do carro: placa, lacre, numeração de chassi, avarias, motor, tudo tem que ser muito bem observado”, completou, lembrando que o serviço em geral dura cerca de duas horas. “Ela dá dicas, muita coisa sobre leis, até o próprio site serve como ajuda quando necessário”, acrescentou Adrianinha, fazendo referência à página da franquia nas redes sociais (Butantã Morumbi).
O que Alessandra ainda não aprendeu é a aceitar o preconceito. Indagada sobre a possível desvalorização da mulher em um mercado como o de automóveis, a morena de dois metros de altura não titubeou. “Lógico! Muita gente desconfia, e temos que mostrar que não é assim. Sei um pouco de tudo, leis, mercado, mecânica”, defendeu ela. Nos relatos sobre a presença por vezes incômoda de uma mulher num ambiente majoritariamente masculino, ainda surgem várias histórias curiosas. “Já aconteceu muito de um mecânico dizer que o carro está com determinado problema e na verdade não é o certo. Fazer o quê? Digo que ele está errado e procuro outra oficina”, brincou.
Enquanto disputa o Nacional de basquete com o Sport, Alessandra reconhece que não não dá a mesma atenção à Evydhence. “Procuro voltar para São Paulo sempre que posso, aproveito as folgas, mas não é a mesma coisa”, contou. O plano, no entanto, é que isso mude em breve. Perto de chegar aos 40 anos, a jogadora sabe que a aposentadoria está cada vez mais perto, e o negócio deve ganhar mais espaço em sua agenda.
No que depender do rendimento da pivô, por outro lado, o prazo não é tão curto assim. Alessandra faz parte do melhor time já montado na história do basquete feminino rubro-negro e está contribuindo para uma campanha até então invejável. O Sport venceu todos os quatro jogos que disputou, deixando para trás adversários de peso, como o atual campeão, o Americana, e o Maranhão, time de Iziane, melhor jogadora brasileira dos últimos anos.

JC Online

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