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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

PROMOTOR NÃO GOSTOU

Promotor critica medidas de combate à violência das 'organizadas' em PE

Para Ricardo Coelho, ações adotadas são apenas um paliativo sem efeitos mais profundos; FPF alega não ter poder jurídico para acabar com torcidas


Um paliativo. Foi dessa maneira que o promotor de justiça do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Ricardo Coelho, definiu as medidas tomadas em parceria entre representantes do Ministério Público, Juizado do Torcedor,  Federação Pernambucana de Futebol  e Secretarias de Esportes e Defesa Social, para minimizar os casos de violência envolvendo as torcidas organizadas.

Defensor da teoria de que a violência está atrelada à existência das organizadas, Ricardo Coelho criticou a falta de profundidade das medidas.


- Tudo isso que foi anunciado não passa de um paliativo. O que irá solucionar esse problema será o extermínio dessas associações civis. Mas isso ainda levará um tempo para acontecer, pois é necessário que esse pedido seja julgado. No entanto, o que eu percebo é uma falta de vontade política para solucionar o problema. Principalmente porque muita gente leva vantagem com a existência das organizadas. Alguns recebem votos em suas candidaturas para vereador ou deputados, outros recebem apoio e ninguém quer enfrentar essa gente. Quem irá se colocar contra a um grupo grande como essas torcidas? Acho que chegou a hora de nos unirmos para que isso ocorra.
Ricardo Coelho acredita que a responsabilização criminal dos dirigentes das organizadas deveria fazer parte do conjunto de ações para afastar a violência dos jogos de futebol.
- O cadastramento dificilmente irá fazer com que esses torcedores se sintam intimidados. O que devemos fazer é encerrar a sociedade civil dessas organizadas, proibir a venda de artigos com os seus nomes e responsabilizar seus diretores por qualquer ato de vandalismo. Mesmo que eles adotem outros nomes e voltem aos estádios, vão saber que uma atitude fora da lei será rigorosamente punida.

O presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, explicou os motivos que fizeram com que a entidade não tivesse tomado uma posição mais enérgica com relação ao problema.

- Como presidente da Federação Pernambucana de Futebol, eu não tenho autoridade para acabar com as organizadas, muito pelo contrário. Alguns juristas defendem que nós não poderíamos nem impedi-los de entrar nos estádios, mas tanto eu como o presidente da Federação Paulista decidimos comprar essa briga e baixamos uma portaria afastando as torcidas. No entanto, a justiça permitiu a entrada desses torcedores e não posso ir de encontro à lei. Agora, após o caso do torcedor do Náutico, nós decidimos entrar com outra ação pedindo o afastamento e acreditamos que iremos conseguir.
Torcedor morre durante confusão entre torcedores do Sport e do Santa Cruz (Foto: Reprodução / TV Globo)Torcedor morre após briga de organizadas em
2012 (Foto: Reprodução / TV Globo)
Já para o coordenador do Núcleo de Estudos da Sociologia do Futebol da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Túlio Velho Barreto, associar a violência nos estádios à existência das torcidas organizadas seria minimizar uma questão que passa por várias esferas.

- Não podemos falar que  o fim das organizadas acabaria com o problema da violência no futebol. Se olharmos o caso do torcedor do Náutico, que foi baleado na frente dos Aflitos, nós veremos que não é só um problema de torcida. Passa pela falta de capacidade da FPF, que colocou dois jogos em horários iguais, pela questão da falta de segurança pública, que faz com que uma empresa passe a usar um segurança armado que coloca em risco toda a população e isso não é uma questão só de torcida.
GLOBOESPORTE.COM

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