Rico fala sobre Santa Cruz, confusões, preconceito e melhor jogo da carreira
Atacante negocia com o Tricolor |
Atacante ainda tem vínculo com Náutico, mas está de mudança para o Arruda
A ida do atacante Rico ao Santa Cruz depende do futuro do técnico Alexandre Gallo à frente do Náutico. Caso o treinador renove o contrato, o atleta vai estar oficialmente desligado do Timbu e livre para negociar com outro clube a partir do dia 16 de dezembro. A desavença criada entre ambos motivou a saída do jogador, há cerca de 15 dias, por "um ato grave de indisciplina", conforme nota da diretoria. "Tenho algumas propostas, mas minha preferência é o Santa. Sandro Barbosa (dirigente coral) me procurou e eu fiquei animado com a possibilidade. Gosto da adrenalina do futebol, da motivação para ajudar a sair de uma situação complicada", garantiu. Se Gallo não permanecer nos Aflitos, há uma remota chance de Rico estender o vínculo com a equipe alvirrubra.
Em entrevista por telefone, Rico ainda demonstra uma certa inquietação sobre os fatos e notícias acerca do afastamento do Náutico. Surgiu até rumores de que o atleta teria efetuado um disparo com arma de fogo em pleno Centro de Treinamento da Guabiraba - episódio negado tanto pelo atleta, quanto pelo clube. "Sou da favela e tenho muito orgulho. Não escondo. Mas, só porque alguém me vê descalço e sem camisa, acha logo que é maloqueiro. Ninguém fala que Rico vai à Igreja, cuida de dois filhos. Existem muitas pessoas invejosas, querendo prejudicar", desabafou.
Rico garante ter pedido dispensa por não ter sido devidamente aproveitado no elenco. "Meu problema foi com Gallo. Fiquei chateado, pois, às vezes, eu arrebentava nos treinos e não era sequer relacionado. A própria imprensa reconhecia isso", declarou o atacante.
O atleta diz ter torcido bastante para o Timbu conquistar a vaga à Sul-Americana. "Fico muito feliz pelos jogadores. Já passei por muitos times, mas nunca vi um grupo tão unido quanto o do Náutico. Quando quiseram dispensar eu e mais dois (Breitner e Cléverson), os jogadores seguraram nossa barra. Se os três fossem embora, iria todo mundo", revelou Rico.
Crítica"Até hoje, critico Náutico, Sport e Santa Cruz. Os clubes não dão a devida importância à prata da casa. O jogador precisa sair para São Paulo, Rio Janeiro, Porto Alegre ou até fora do país para pegar um pouco de nome e, então, voltar", avaliou Rico, antes de emendar: "Tem que ter mais respeito."
Leandson Dias da Silva, 31 anos, é natural do Recife, mora no bairro da Várzea e começou a carreira nas categorias de base dos três principais clubes pernambucanos. Defendeu o Santa Cruz em 1998 (juvenil) e 1999 (juniores), quando subiu a convite do técnico Nereu Pinheiro e atuou ao lado de atletas como Carlinhos Bala. "Joguei a Copa São Paulo de Juniores e fiz alguns amistosos contra o profissional. Deu para dar canseira e uns traços em Mancuso, Almandoz", relembrou, entre risos.
Melhor jogoRico conseguiu algumas marcas importantes, como as artilharias da Copa SP de Juniores, pelo São Paulo, e da Copa da AFC (Confederação Asiática de Futebol), pelo Muharraq Club, do Bahrein. Começou a carreira profissional em 2001, no CSA, e teve passagens por times como Grêmio e Criciúma e outras equipes do Bahrein, a exemplo do Riffa e do Manama. Entretanto, a melhor de todas as atuações ocorreu em 2003, quando defendeu a Portuguesa Santista.
Contra o Santos de Robinho, Diego, Elano, Ricardo Oliveira & cia, na fase de grupos do Campeonato Paulista, a Portuguesa Santista venceu por 2 a 0, com dois gols de Rico. O atacante foi o vice-artilheiro da competição, com sete gols, um a menos do que o tricolor Luis Fabiano. A equipe ficou com a terceira colocação, eliminada pelo São Paulo, nas semifinais. "Foi o melhor jogo da minha carreira", admitiu Rico.
Diario de Pernambuco
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