Apelo patriótico: Felipão e Parreira pedem povo ao lado da Seleção
Felipão e Parreira clamam por união entre povo e
Seleção (Foto: Agência Reuters)
Seleção (Foto: Agência Reuters)
Treinador e coordenador lembram exemplos do passado, no Brasil, em Portugal e na África do Sul, para iniciar campanha de apoio popular
Scolari e Parreira se apegam ao que viveram em seleções que sediaram torneios importantes e tiveram forte parceria popular. Foi assim com Portugal, finalista da Eurocopa em 2004. O país viveu uma forte onda patriótica - um movimento apagado desde a Revolução dos Cravos, com a queda da ditadura nos anos 70 no país.
- Lembra de Portugal? Vivi a situação em Portugal na Euro. Era assim. E o povo foi crescendo junto com a seleção, que fez um campeonato maravilhoso. É isso que esperamos que aconteça no Brasil - comentou o treinador.
Parreira viveu exemplo ainda mais recente. Em 2010, por sediar a Copa do Mundo, a África do Sul mergulhou em um clima de orgulho nacional. Uma frase dita pelos torcedores ao treinador virou lema da seleção: "Make us proud", que significa "nos deixe orgulhosos" em português.
A primeira medida da parceria Felipão-Parreira no comando da seleção brasileira não foi de ordem técnica, não envolveu questões táticas, não foi organizacional. Foi de oratória. Não por acaso, tanto o treinador quanto o coordenador esparramaram um discurso patriótico em sua apresentação oficial como novos comandantes do vestiário verde-amarelo, nesta quinta-feira, em um hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Desde já, eles apelam ao povo: querem o torcedor ao lado do time.
Eles se alicerçam em três exemplos de união entre fãs e jogadores: a seleção brasileira de 2002, com a chamada Família Scolari, a equipe portuguesa na Eurocopa de 2004 e a África do Sul em 2010. As duas primeiras foram treinadas por Scolari; a terceira, por Parreira.
Eles sabem que o momento não é fácil. Faltando menos de dois anos para a Copa, o trabalho na Seleção será praticamente reiniciado. Por isso, pedem a ajuda do torcedor, por mais desconfiado que ele esteja.
- A torcida pode não estar confiante, pode ter alguma dúvida, mas vamos trabalhar para que esse conceito, de que temos a obrigação de vencer a Copa, seja entendido por nosso torcedor. A ideia é fazermos novamente uma composição de união, de um ambiente de envolvimento entre a Seleção e a população, para chegarmos confiantes e termos uma participação importante - disse Felipão, citando o caso de 2002.
- Cabe a nós fazer com que a seleção se envolva com o torcedor. Na África do Sul, o torcedor nos dizia: "Coach, make us proud". Virou até outdoor. Temos que fazer com que o torcedor se sinta orgulhoso da seleção. Uma semana antes da Copa, houve uma passeata de 300 mil pessoas em Joanesburgo para nos apoiar - relembrou Parreira.
O novo coordenador da Seleção também resgatou um exemplo vivido por ele antes da Copa de 1994. Com Maracanã lotado, o Brasil fez 2 a 0 no Uruguai e garantiu vaga no Mundial.
- Em 1993, nós fomos ao Maracanã e levamos quase três horas para chegar lá, porque o povo nos parava na rua. Aquilo nos deu uma força. Chegamos em campo e fizemos uma das melhores atuações da Seleção em todos os tempos. Foram 120 mil pessoas no Maracanã pulsando num coração só - disse Parreira.
- A seleção precisa se sentir em casa, precisa se sentir amparada - completou.
Em 6 de fevereiro, a nova comissão técnica da Seleção fará sua estreia. Mas fora do Brasil. Será em Londres, contra a Inglaterra.
GLOBOESPORTE.COM
Nenhum comentário:
Postar um comentário