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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

TORCIDAS ORGANIZADAS - VIOLÊNCIA TOTAL


Violência organizada

Integrantes de Fanáutico, Inferno Coral e Jovem cometeram 800 crimes em cinco anos


Há algum tempo, assistir a um jogo de futebol no Recife requer o máximo de cuidado, por mais lúdico que seja o evento. A falta de segurança engloba toda a partida, da chegada ao estádio, passando pelos 90 minutos de bola rolando acompanhando direto da arquibancada e terminando com a volta para casa, num raio de até cinco quilômetros do local. Nesse cenário, aperto, corre-corre, brigas e personagens quase onipresentes, vestindo camisas de torcidas uniformizadas. Se havia a impressão de que a violência no futebol local detinha índices alarmantes, a dúvida parece dissipada. O Ministério Público de Pernambuco acaba de produzir um extenso estudo sobre a violência no futebol do estado, transformando em números todo esse temor. Foram nada menos que 800 crimes nos últimos 1.825 dias.
Ou seja, nos últimos cincos anos a média foi de aproximadamente uma infração no ambiente futebolístico a cada dois dias. Entre os registros, fichas de furto, roubo, lesão corporal, formação de quadrilha etc. Os dados foram colhidos no histórico oficial da Polícia Militar, das delegacias da capital e do Juizado Especial do Torcedor (Jetep). De acordo com o promotor de Justiça Ricardo Coelho, à frente da pesquisa, apenas as três maiores facções, considerando os três grandes clubes do Recife, entraram na pauta: Fanáutico (Náutico), Inferno Coral (Santa Cruz) e Torcida Jovem (Sport).
Em audiência pública neste ano, durante os episódios ocorridos durante o campeonato estadual, os presidentes das três organizadas citadas revelaram a quantidade de torcedores cadastrados. Os números impressionam. A Jovem tem 90 mil cadastrados, contra 80 mil da Inferno e 20 mil da Fanáutico. Segundo o promotor, o número de crimes é proporcional à quantidade de cadastrados. Como 190 mil torcedores listados oficialmente, os dirigentes das torcidas alegam ser difícil controlar os atos dos membros, ainda mais considerando a hipótese de que vários não cadastrados usam a roupa das uniformizadas. Para se ter uma ideia sobre a quantidade levantada, o número é equiparado à população do Cabo de Santo Agostinho, o 7º município mais populoso do estado. Paralelamente a isso, os três clubes têm, somados, apenas cerca de 30 mil sócios em dia.

%u201CTodos os atos estão documentados, com provas, depoimentos e testemunhas. Com isso, queremos mostrar que essas entidades (torcidas organizadas) funcionam como quadrilhas organizadas para a prática de crimes%u201D, afirma Coelho, que na última sexta-feira entrou com uma ação civil pública na vara da Fazenda Público, pedindo a extinção das três torcidas. O objetivo do documento foi solicitar a extinção das entidades como pessoas jurídicas %u2013 ou seja, elas até poderiam voltar, mas com outros nomes e símbolos. A ação será examinada pelo juiz Vlademir Palmeira. Caso não seja expedida uma liminar, o MPPE apresentará as provas, com a análise do material produzido.

Membros cadastrados

Torcida Jovem 90 mil
Inferno Coral 80 mil
Fanáutico 20 mil
Diario de Pernambuco

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