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terça-feira, 21 de agosto de 2012

VÔLEI FEMININO - CONTINUAR NA SELEÇÃO


Zé Roberto diz querer seguir na seleção

Após o bicampeonato olímpico, o técnico da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei, José Roberto Guimarães, afirmou nesta segunda-feira que tem vontade de continuar no comando da equipe, mas tudo vai depender das negociações com o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Ary Graça.

O dirigente quer um treinador exclusivamente na seleção. "A gente vai ter de conversar, eu estou muito feliz com que estou fazendo hoje", afirmou Zé Roberto, que assumiu nesta segunda-feira o comando do recém-formado time de vôlei da Amil, em Campinas. Ele fechou contrato para a temporada 2012/2013.

"Ele nunca me propôs exclusividade. E sempre foi muito maleável nesse sentido, até porque eu preciso trabalhar. Não conversei com ele, não sei qual é a proposta que vai acontecer", afirmou o técnico, que já está no comando da seleção feminina desde 2003. "Tenho vontade de ficar."

Há seis anos atuando fora do Brasil, Zé Roberto volta para comandar uma equipe montada do zero, mas com atletas experientes e consagradas, como a campeã olímpica Fernandinha, a veterana Walewska, a cubana Daymi Ramirez e a revelação búlgara Elitsa Vasileva.

"Meu sonho sempre foi voltar e dirigir um time em casa. A gente conseguiu unir tudo, trazer o time para Campinas, montá-lo com uma grande empresa", contou Zé Roberto, que garantiu que não vai abrir mão de atuar no Brasil. "Eu sempre preferir estar em constante trabalho, de estar na ativa. A federação está projetando sete meses para o clube e cinco meses para as seleções nacionais. Seriam sete meses que eu ficaria praticamente sem atuação direta. Por isso, sempre optei por ficar em atividade."

O técnico avaliou que os anos fora do Brasil foram importantes "para seu aprendizado" como profissional, mas a distância de casa pesou na decisão de assumir uma nova equipe brasileira. "Foram anos de estudo, não foi pelo lado financeiro, porque eu ia ganhar a mesma coisa aqui, mas foi pelo lado de aprendizado. Poder ficar fora, conhecer as jogadoras das outras seleções do mundo, de entender o nível de cada uma delas", explicou.

Zé Roberto contou que a decisão de ficar perto de casa pesará nas negociações com a CBV. "Deixei as coisas que eu mais gosto, a minha casa, a minha família, meus amigos. Apesar de minha mulher ter ido comigo, minhas filhas ficaram, meu neto ficou. Isso é mais complicado. Na realidade não vi minhas filhas crescerem, quem foi pai e mãe foi minha mulher. E com meu neto está acontecendo a mesma coisa", disse.

Apesar da distância, Zé Roberto afirmou que não se arrepende do trabalho à frente da seleção. "Tudo valeu à pena, eu faria tudo outra vez. O que mais me preocupa é o tempo. Em Campinas eu estou em casa."

O jogo de estreia do Amil/Campinas no Campeonato Paulista será no dia 29 de agosto, contra a Uniara/C.Náutico, em Araraquara, sem a presença de Zé Roberto. O técnico, supersticioso assumido, estará numa peregrinação em Santiago de Compostela, na Espanha. Sua estreia oficial será em Campinas, no dia 4 de setembro, contra o Pinheiros.

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