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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

SPORT - ABRINDO O JOGO

Em entrevista franca, Cicinho reconhece mau momento e fala sobre futuro no Sport
Celso Ishigami/DP/DA Press

 Diario de Pernambuco


Numa entrevista franca e cheia de revelações, Cicinho tratou de esclarecer alguns pontos sobre sua desconfortável situação no Sport. Anunciado como uma das principais contratações do clube, o lateral direito sequer foi relacionado para os últimos dois confrontos do Leão no Brasileiro e também não viaja com a delegação para o Rio de Janeiro para a partida contra o Botafogo. Sem esconder sua insatisfação, ele falou sobre a relação com Vágner Mancini, respondeu a alfinetada do diretor de futebol Guilherme Beltrão, revelou estar incomodado com os próprios desempenhos e deixou uma dúvida sobre seu futuro no clube.

Vetos
É uma situação muito delicada, claro. Ninguém quer ficar sem jogar e muito menos ficar fora até da lista de relacionados. Mas eu continuo trabalhando. Em momento algum, vou desanimar. Sei que uma hora vão precisar de mim e eu tenho que estar preparado. São decisões que eu tenho que acatar. Não vou brigar para ser convocado. Tenho que respeitar as decisões que estão sendo tomadas.

Mancini
Que eu saiba, não teve problema nenhum com Mancini. Houve apenas uma situação no jogo com o Atlético-GO. Ele me substituiu e eu saí balançando a cabeça porque não gostei da alteração. Mais tarde, ele chamou a minha atenção e eu pedi perdão a ele na frente do grupo. E tudo foi resolvido ali. Eu só tenho a agradecer ao Vágner pela confiança que ele depositou em mim. Infelizmente, ele não faz mais parte desse grupo. Mas temos fé que ele vai encontrar um lugar bem bacana pra ele trabalhar. Não tenho mágoa nenhuma e espero que ele não tenha mágoa de mim, até porque não teve nada de mais.

Futuro no Sport
Apesar de estar vivendo um momento delicado, eu me sinto bem aqui no clube. Mas o futuro a Deus pertence. Eu não fiz sete jogos ainda e a gente não sabe o dia de amanhã. Eu faço parte do Sport Club do Recife. Mas não posso falar muita coisa além disso. Sinceramente, não sei se tem alguma proposta ou se são só especulações. O que sei é que tenho um contrato de um ano e não posso falar em sair daqui de jeito nenhum.

Desempenhos
O jogador adquire a parte física com sequência de jogos. A parte técnica, ele adquire com confiança e para ter confiança, ele precisa de jogos. Eu fiquei sete anos e meio na Europa, voltei pro Brasil e joguei apenas quatro partidas como titular. E em nenhuma delas joguei os 90 minutos. Isso não é desculpa, mas quem joga futebol sabe que não adianta querer que um jogador que sai do banco de reservas renda a mesma coisa de um que está atuando desde o início da temporada. O que posso dizer é que eu não estou satisfeito com o meu rendimento, como os meus companheiros também não estão satisfeitos com o rendimento do time. A gente procura melhorar no dia a dia. E eu estou tentando melhorar. Quando acaba o treino, eu vou fazer minha musculação, faço esteira, pedalo. Estou tentando melhorar onde sei que está faltando um pouco.

Jogar “com o nome” (crítica feita por Guilherme Beltrão)
Faz quatro jogos que não jogo, creio que não foi direcionado a mim. Mas se foi, não tem problema nenhum. Vou continuar dando o meu máximo. Só acho que essas picuinhas não podem acontecer no grupo. Nós jogadores somos culpados e sabemos da nossa responsabilidade. Não é que acaba um jogo, nós perdemos e vamos fazer festa. Tenho família. Pai, mãe, esposa e filho que cobram. Em momento algum fiz corpo mole. Não sei para quem foi direcionado. Sei que time precisa dar mais, claro. E isso que a gente procura fazer. Se foi comigo, vou procurar melhorar meu rendimento. Se eu jogar.

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