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sexta-feira, 27 de julho de 2012

SPORT - SAIU RECLAMANDO

Marquinhos PR: 'Não dá para ficar em um time que tem medo de jogar'

Em entrevista exclusiva, jogador criticou o ex-comandante Vágner Mancini e diz que se o Sport não mudar irá cair para a Série B


Três dias após pedir rescisão de contrato com o Sport, o volante Marquinhos Paraná revelou quais os motivos o levaram a solicitar seu afastamento do clube. Em entrevista a repórter Sabrina Rocha, da Rede Globo Nordeste, o atleta criticou o esquema adotado pelo técnico Vágner Mancini e afirmou que não tinha mais motivação em atuar da maneira como o Rubro-negro é colocado em campo.
- Sair do Sport foi uma decisão minha. Já vinha pensando em fazer isso há muito tempo, devido a algumas coisas que ocorreram, principalmente dentro de campo. Coisas que não ocorriam no tempo do Cruzeiro. Lá, ninguém tinha medo de jogar. No Sport vi que as coisas estavam difíceis. Principalmente jogando em casa, a equipe se posta de uma forma que não acho correto. Está em uma competição difícil e só jogar para se defender e, mesmo quando pega a bola, nunca joga. Não estava legal para mim, achei melhor sair.
Mostrando firmeza nas declarações, o volante atribuiu a postura do time a uma determinação do técnico Vágner Mancini que, segundo Marquinhos Paraná, cobrava que os jogadores mantivessem uma posicionamente defensivo - independentemente do adversário.
- O comportamento da equipe eu não acho correto. Claro que isso é uma orientação, não parte dos jogadores. A gente recebe uma orientação para ser cumprida e temos que cumprir. Caso contrário, saímos. Espero que o Sport melhore e possa jogar. Não entre em campo só para se defender. O time que só se defende, uma hora leva o gol e foi isso que ocorreu nos últimos jogos.

Queda de rendimento e cobrança da torcida
Mesmo sabendo que seu futebol não vinha agradando aos torcedores, Marquinhos Paraná fez questão de afirmar que sua saída do clube não está relacionada às criticas que vinha recebendo. De acordo com o jogador, seu futebol foi muito prejudicado pelo esquema de jogo.
- Posso não ter rendido o esperado, mas temos que ver a forma como Sport estava jogando e com quem estávamos jogando. Sou um jogador que gosta de jogar. Marco, mas gosto de sair para o jogo. Fiquei muito triste por isso (esquema do time) e por outras situações que é melhor deixar quieto.
O volante também desmentiu que a decisão de deixar o clube tenha sido gerada pela pressão que vinha sofrendo. Seguro, Marquinhos Paraná destacou o seu currículo para enfatizar sua opinião.
- Publicaram uma matéria que falava que estava saindo do Sport por pressão. Tenho 35 anos e isso nunca ocorreu. Das equipes que atuei, o maior foi o Cruzeiro, onde passei quatro anos e disputei vários títulos. Falar que estou deixando o Sport por pressão é ridículo. Tive coragem de pedir para sair, é melhor fazer isso do que permanecer em um lugar onde não dá para trabalhar.
Lamentação e alerta

Bastante chateado com a postura que o Sport está adotando no Brasileirão, Marquinhos Paraná foi taxativo ao comentar sobra qual será o destino do clube na competição. Na avaliação do jogar, uma mudança de filosofia é imprescindível para que o Rubro-negro não sofra no futuro.
- Tinha algum tempo que eu estava notando que existia algo errado. Você jogar em uma equipe que acabou de subir e ficar jogando em um esquema desses é complicado. Se continuar assim, o destino será a Série B. Se não mudar o jeito de jogar, vai acontecer isso.

Sem motivos para explicações
Ainda sem ter assinado sua rescisão com o Sport, Marquinhos Paraná garantiu que o fato de ter ido ao clube no momento em que a maioria dos jogadores estão em Campinas, onde o Leão empatou com a Ponte Preta, não foi uma estratégia para não se deparar com seus antigos companheiros. Segundo o atleta, a ordem de evitar o grupo veio da direção.
- Vim aqui para buscar meu material e alguns pertences. Mas não tenho problemas em falar com ninguém. Mas isso (ir ao clube quando os jogadores não estão) partiu do Cícero. Ele falou que poderia assinar minha rescisão na quarta ou quinta. Se ele prefere que eu venha quando não tem ninguém, eu venho.
Apesar de afirmar que não teria problemas em conversar com o restante do grupo, o atleta disse que não via necessidade em explicar ao treinador os motivos que o fizeram deixar o Sport.
- Não falei com Mancini e não acho que precise. Tive algumas propostas após sair do Sport e não sei ainda o que farei.

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