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sábado, 2 de junho de 2012

SONHAR TAMBÉM VALE


Sonho, desilusão e fé no futebol

Fabrício Alves sonha em ser técnico profissional de futebol / Rodrigo Lobo/JC Imagem

Fabrício Alves sonha em ser técnico profissional de futebol

Rodrigo Lobo/JC Imagem

Fabrício, Sandro e Carol unidos pelo sonho da bola

JC Online

Sonho bom é aquele que tem final feliz. No mundo da bola, isso significa fama, sucesso e muito dinheiro. Não é à toa que ser jogador de futebol está nos planos da maioria dos garotos e garotas que esperam encontrar no esporte nacional um meio de vida. Foi essa motivação que fez um gari tentar ser atleta do Santa Cruz e uma jovem de 19 anos deixar tudo o que tinha em Sergipe para buscar a sorte em Vitória de Santo Antão. Também há os que almejam inverter a ordem natural e se tornar técnico antes de passar pelo gramados. Três histórias que estão sendo escritas e se unem pelo desejo de vencer na vida.
Com um saco de bolas e carregando o sonho de ser técnico profissional, o estudante do 2º ano do Ensino Médio, Fabrício Alves, de 16 anos, contribui para que mais de 20 meninos deixem de estar nas ruas, para jogar futebol. A comunidade é o loteamento Bonfim, em Cruz de Rebouças, em Igarassu, que convive com o tráfico de drogas e violência.
Apesar da pouca idade, Fabrício é tratado com respeito pelos alunos, que têm até 12 anos, e pelas famílias dos jogadores. Exigente e organizado, o estudante criou o time Leão do Norte, em 2010, e desde então alimenta a esperança de ser técnico de um grande time. O desejo nasceu naturalmente depois que ele juntou uns meninos da própria rua e começou a treiná-los.
“Eu passei dois anos jogando e os meninos me pediram para abrir uma escolinha porque aqui não tinha. Quando eu comecei, fui perdendo o amor de jogar e me apaixonei em ser técnico”, comenta o estudante, que planeja cursar educação física e depois fazer uma formação para treinador de futebol.
EX-GARI SANDRO, QUE FOI BARRADO NO SANTA, ALIMENTA ESPERANÇA
Desilusão e decepção com o futebol são os sentimentos do vigilante Sandro Siqueira, de 31 anos. Ele saiu do anonimato em setembro de 2009, quando foi pré-aprovado em uma peneira do Santa Cruz. Na ocasião, ele era gari e fazia a limpeza do Estádio Ademir Cunha, em Paulista. Por um instante, ele acreditou que iria realizar o sonho de criança de ser jogador profissional, mas acabou barrado devido à função que exercia.
A notícia ganhou repercussão e Sandro foi contratado pelo Central para jogar a Copa Pernambuco. Após a competição, acabou dispensado pela Patativa. De Caruaru, ele foi para o Queimadense-PB.
Sem oportunidade, voltou para Paulista e desistiu provisoriamente do sonho de ser profissional. Volante e lateral-direito, ele continua disputando os campeonatos de bairro.
“Tinha o sonho de jogar num time grande, o Corinthians, por exemplo. Infelizmente, quem manda no futebol são os grandes empresários. Se você não tiver um padrinho forte, não vai para lugar nenhum”, comenta Sandro, que deixou de ser gari e agora é vigilante do Ademir Cunha.
Foi no estádio que ele toma conta que ocorreu o desentendimento com o Santa Cruz. O Tricolor tinha acabado de ser eliminado do Brasileiro da Série D e estava montando um time para disputar a Copa Pernambuco.
CAROL ESPERA POR DIAS MELHORES
Fé é o que move a atacante sergipana Anne Karolaine de Carvalho Soares, de 19 anos, de continuar acreditando que poderá ser uma jogadora do futebol. Ela chegou em Vitória de Santo Antão no dia 8 de maio e ainda espera por uma oportunidade para mostrar o seu talento. Depois de 15 dias sem conseguir treinar, já que o Tricolor das Tabocas estava disputando a semifinal da Copa do Brasil, ela teve de voltar para a terra natal.
“Eles me falaram para aguardar. Tive de voltar para Aracaju, porque não tinha como ficar. Tenho fé em Deus que eles me darão esta oportunidade. Não vou desistir”, comentou a atacante, que teve a sua história divulgada no Jornal do Commercio e recebeu ajuda para se manter em Vitória e para voltar para Sergipe.
Carol chegou em Pernambuco depois de um mês viajando de carona, enfrentando a fome, o frio e até o risco de ser abusada sexualmente. O que a motivou foi o sonho de ser jogadora do Vitória, que está investindo no futebol feminino. “Já passei por muita coisa na vida e consegui superar. Sei que vou ser jogadora e logo voltarei para Pernambuco”, afirmou, determinada.

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