Brincando de esconde-esconde
Técnicos Waldemar Lemos e Mazola sinalizam a possibilidade de trazerem surpresas nos times para o clássico
Diario de Pernambuco
Era o ingrediente que faltava para fechar a semana de preparação do Clássico dos Clássicos de amanhã. Até então, tudo andava tranquilo até demais. Coube ao técnico do Sport, Mazola Júnior, adicionar uma pitada de mistério no caldeirão do encontro com o Náutico, ao fechar o treino de ontem, na Ilha do Retiro. Pelo lado alvirrubro, Waldemar Lemos não chegou a fazer treino secreto, mas fez questão de deixar uma pulga atrás da orelha de quem acompanhou os trabalhos. Num dia, treinou uma escalação. Ontem, testou outra.
Em suma, está tudo aberto para o clássico. O que se sabe é o que foi observado durante a semana de trabalho. Some-se a isso a sequência que os times vêm tendo no campeonato. Numa hora decisiva como essa, dificilmente os treinadores deverão arriscar uma mudança mais brusca. A essa altura da competição, as equipes começam a pegar entrosamento, que poderá fazer toda a diferença agora e principalmente mais à frente, durante as finais do Estadual, quando o "bicho pega" para valer.
No Náutico, Waldemar Lemos tem duas opções para escalar no clássico. A primeira foi treinada na quinta-feira e é a mais provável de ser vista em campo amanhã. Trata-se de um 4-4-2 clássico, com três volantes (Elicarlos, Souza e Derley) e um meia de criação (Eduardo Ramos). Na frente, dois atacantes de ofício: Siloé e Doriélton. A segunda alternativa foi testada ontem. No coletivo, Lenon apareceu entre os titulares no lugar de Dori. Assim, a equipe entraria mais cautelosa e o meio-campo teria quatro volantes. Eduardo Ramos seria adiantado para atuar ao lado de Siloé.
Para Waldemar Lemos, não há o que esconder, por isso não houve a necessidade de fazer nenhuma movimentação fechada. "A gente treina o grupo como um todo, sempre variando os trabalhos e formação. Não sei até que ponto seria necessário realizar um treino fechado", afirmou o treinador. "Sabemos da importância do clássico, mas temos que manter a vida da gente normal, na mesma rotina", completou.
Na Ilha do Retiro, a decisão de Mazola Júnior surpreendeu torcedores, jornalistas e até os próprios atletas. O treinador resolveu fugir de sua característica e fechou os portões do clube para realizar um treino secreto. De acordo com o comandante leonino, uma medida para preservar seus jogadores dos olhares externos, numa atividade marcada por definições de táticas e correções de postura.
Posicionamento
Em sua entrevista coletiva, Mazola explicou que na atividade ajustou o posicionamento de sua equipe à proposta apresentada pelos alvirrubros. "Não costumo fazer isso (treinos secretos), mas precisei para trabalhar o posicionamento do meu time. Simulamos as jogadas do Náutico e cobrei muito dos meus jogadores. Muitas vezes, falando diretamente com um ou outro atleta. Foi uma maneira de preservá-los", justificou.
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