Lava a boca, menino!
Súmulas mostram que o pessoal está caprichando nos palavrões contra os árbitros
Superesportes
Bom dia, prezado(a) leitor(a). O senhor (ou a senhora) nos concederia a honra de ler as mal traçadas linhas a seguir? Não se acostume com a cortesia. Você não a verá muitas vezes por aqui. Pelo contrário. A razão é o assunto do texto: a “boca suja” de atletas e membros das comissões técnicas dos clubes do Pernambucano. Razão de 20 expulsões ou exclusões nas 17 rodadas iniciais do torneio. A média – quase uma a cada 5 jogos – não deixa dúvidas: dentro de campo, tem palavrão que só a… bexiga.
Mas existem palavrões e palavrões. Segundo o ex-bandeirinha Erich Bandeira, os termos “feios” não são o mais importante na hora de a arbitragem punir um jogador ou membro da comissão técnica por indisciplina. O “X” da questão é a forma de falar. “É diferente o atleta dizer ‘c******, você é cego? Vai para a p*** que pariu, a bola é da gente!’, de ele falar ‘p****, bandeira, é nossa, não bateu em mim’”, diz.
O presidente do Sindicato dos Árbitros Profissionais de Pernambuco, Pedro Wanderley, compartilha da opinião, reforçando a ideia de que as punições aos “bocas-sujas” se limitam à esfera profissional. “Se um atleta nos xinga, devemos puni-lo, mas sem levar para o lado pessoal. Ele está se dirigindo ao árbitro, e não a Pedro Wanderley. Tanto que o jogador expulso em uma partida chega na outra e lhe cumprimenta, aperta a sua mão normalmente.”
Apontado como um dos grandes “bocas-sujas” do Pernambucano, Marcelinho Paraíba nega qualquer ofensa aos árbitros. “Jamais xinguei, até porque seria expulso.” O meia rubro-negro, porém, admite que se queixa com frequência. “Reclamo muito mesmo. No Sport tem sido até mais do que nos outros clubes. Isso é porque, no início do campeonato, os juízes estavam errando muito. Nas últimas cinco rodadas melhoraram bastante e eu também procurei falar menos”, diz.
O volante Léo, do Santa Cruz, também faz parte da lista dos “reclamões”. Ele, no entanto, garante que é contra as ofensas aos juízes e bandeirinhas. “Xingar é ruim, porque você não ganha nada e acaba faltando com respeito ao profissional. Sempre tento conversar com o árbitro, até para mostrar que uma falta não aconteceu ou para dar um toque sobre algo que pode vir a acontecer”, afirma.
O boca-suja
Marcelinho e Léo ainda não foram punidos por causa do “bocão”. Não se pode dizer o mesmo do assistente técnico do América, Juvenildo Magalhães. Sem papas na língua, ele já foi excluído de duas partidas. E não está nem aí. “Ainda foi pouco. Não vou parar, porque o futebol pernambucano é dirigido. A federação não respeita os times intermediários. Faz tudo para que os grandes ganhem. Tanto que nenhuma equipe do interior foi campeã e bastou o Santa Cruz jogar com juiz neutro, que apanhou em casa (contra o Penarol, na Copa do Brasil)”, dispara. “Já trabalhei no Náutico e no Sport, mas nunca fui expulso, porque sabia que, a qualquer momento, nos beneficiariam. Quando fui para clubes menores, me estressei, enlouqueci.”
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