Laor fala da rixa com a DIS e filosofa: Ganso é vinho, Neymar é espumante
Presidente do Santos explica a partilha dos direitos do camisa 10, alfineta agência do meia e teoriza sobre a diferença dos perfis de seus dois craques
Presidente do Santos explica a partilha dos direitos do camisa 10, alfineta agência do meia e teoriza sobre a diferença dos perfis de seus dois craques
O presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, em entrevista coletiva nesta terça-feira, na Vila Belmiro, explicou a negativa da diretoria em adquirir mais 10% dos direitos econômicos de Paulo Henrique Ganso, fatia avaliada em R$ 5 milhões. Laor não deixou de alfinetar o grupo que gerencia a carreira do meia, mas salientou que o camisa 10 tem um estilo de vida diferente da outra estrela do elenco, o atacante Neymar, e reafirmou confiança em seu desempenho em campo. Para ilustrar a diferença entre Ganso e Neymar, Laor disse que o primeiro é como um vinho "encorpado, restrito", enquanto o segundo seria um champanhe, "borbulhante, explosivo."
Sobre a rixa com a DIS, Laor explicou que o Santos considerara alto o valor pedido pelos 10% de Ganso e, em carta enviada ao meia, disse preferir continuar com os 45% que o clube tem em contrato. A DIS, empresa que gerencia a carreira do camisa 10, já era dona de 45% e, com a negativa do Santos, adquiriu os 10% que eram de Ganso. O meia tem vínculo com o clube até 2015, mas a relação do Peixe com seus representantes está estremecida já há mais de um ano.
Na verdade, não muda nada. O jogador tem contrato até 2015, está assinado e queremos que ele cumpra o seu vínculo até o fim. Como o direito econômico após o fim do contrato é zero para o clube, entendemos que o valor que vamos receber é o mesmo, tanto se o Santos tiver 45%, como 55% - disse o presidente, que emendou:
- Esse valor só terá expressão caso o jogador seja vendido espontaneamente (antes do término do contrato). Aí se faz a participação e o Santos fica com 45%. Mesmo se um clube vier e pagar a multa, nós temos de analisar como será essa divisão, porque a Fifa não reconhece a participação de empresas nos direitos econômicos. Mas isso é uma coisa para ser analisada mais adiante - explicou.
Laor passou mais de uma hora falando sobre sua relação com o camisa 10 do time e disse que, em sua gestão, jamais recebeu proposta de clubes do exterior para tirá-lo do Santos. Mas abriu a possibilidade de negociá-lo, caso apareça alguma oferta interessante:
- A vontade do trabalhador é a que vale. Caso o Ganso queira sair do Santos e os nossos interesses sejam preservados, a gente pode negociar. Mas, até hoje, não chegou nenhuma proposta na minha mão. Eu liberei o André (em 2010, para o Dínamo-UCR), liberei outros jogadores depois, não tenho a pretensão de atrasar a carreira de
Críticas à DIS
Ao longo da sua entrevista, por várias vezes o dirigente afirmou que a empresa que gerencia a carreira de Ganso fez mau negócio ao recusar o plano de carreira oferecido a ele pelo Santos, no dia seguinte à sua lesão no joelho, em agosto de 2010, durante duelo contra o Grêmio, no estádio Olímpico.
A relação entre as partes começou a estremecer neste período, quando o atleta e seus representantes deram indícios de que esperariam por uma oferta do exterior no ano seguinte, fato que não ocorreu segundo o mandatário do Peixe, e o atleta acabou seduzido pelo sonho do título da Libertadores e do Mundial de Clubes.
- Esta compra agora (dos 10% dos direitos econômicos) só comprova o erro do jogador, guiado por seus representantes, por não ter aceitado o nosso plano de carreira. Ele recebeu um valor agora que já poderia ter recebido antes. O Neymar aceitou e ganhou dinheiro como água, merecido, e hoje é um dos atletas mais bem remunerados do nosso país. Ambos tinham um ganho parecido há pouco tempo atrás, mas ele (Ganso) ficou para trás - disse.
'Low profile'
No fim, Luis Alvaro fez um comparativo sobre os dois principais jogadores do Santos nos últimos anos, especialmente no quesito comportamento. O dirigente lembrou que Ganso não quis ir para a coletiva de imprensa de apresentação do time no Japão, organizada pela Fifa, enquanto que Neymar esteve lá, ao lado de Elano e do técnico Muricy Ramalho.
- O Ganso é 'low profile' (termo usado para pessoas que não gostam de exposição), o Neymar vai, fala, tem paciência para dar autógrafo, é um ótimo vendedor. Um é um vinho mais encorpado, restrito, o outro é champanhe, borbulhante, explosivo... Temos de ter paciência com isso, um se toma no aperitivo, e o outro com o prato principal - finalizou.
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