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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

VÔLEI - BRIGA EM FAMÍLIA


Família estremecida

Brigas entre jogadores e o técnico Bernardinho se tornaram comuns na Copa do Mundo do Japão e expõem diferenças no grupo que chegou aos títulos olímpico e mundial

 Estado de Minas

Divulgação/FIVB
Ninguém se pronuncia abertamente, mas tratamento dispensado pelo treinador nas últimas partidas seria motivo de insatisfação dos jogadores

Domingo, quando da vitória do Brasil sobre a Argentina, por 3 a 0, pela Copa do Mundo Masculina de Vôlei, o que chamou a atenção foi uma briga, uma discussão, com direito a palavrões, entre o líbero Escadinha e o técnico Bernardinho. Depois do jogo, os dois minimizaram o problema, dizendo que era algo normal, de jogo, e que o grupo continuava unido em busca de um ideal: a classificação aos Jogos Olímpicos de Londres’2012. No entanto, o que ninguém sabia era que na chegada ao hotel houve mais desentendimento, dessa vez com a participação de todos os jogadores, que fizeram várias cobranças ao treinador. Bernardinho teve de ouvir muitas reclamações, com os jogadores aos berros. Em resumo? a Família Bernardinho está desunida.

Está muito claro que a relação entre Bernardinho e os jogadores está desgastada. O que gerou a discussão entre Escadinha e o técnico foi a maneira como ele se dirigiu ao ponta Murilo, eleito o melhor do mundo no último Mundial. Bernardinho gritou e xingou, o que irritou o líbero, que entende que é hora de dar um basta na maneira de o treinador tratar os jogadores.

Giba é outro que entrou em rota de colisão com o comandante: os dois se desentenderam mais de uma vez esse ano, a primeira em maio, em Belo Horizonte, onde o Brasil enfrentou os EUA duas vezes pela Liga Mundial. Giba ficou ausente dois dias, para cumprir compromissos dos patrocinadores do seu novo time, o Florianópolis. Quando voltou, foi informado pelo técnico de que não iria ser relacionado para as partidas. Giba passou os dois jogos sentado no fundo da quadra, passando instruções aos jogadores, todas diferentes das que determinava Bernardinho.

Sabe-se que o clima na concentração da Seleção Brasileira, em Saquarema, não foi mais o mesmo depois desse problema, apenas contornado. Segundo fontes ligadas à CBV, a relação entre o técnico e o seu capitão não é nada boa. Comenta-se ainda, à boca miúda, que Giba pretende, quando encerrar a carreira, trabalhar como técnico e o sonho é dirigir a Seleção Brasileira, o que estaria gerando ciúmes por parte de Bernardinho. No Japão, uma certeza: os jogadores se calaram, numa demonstração clara de que o comandante, o técnico, ainda está ditando as ordens e elas estão sendo acatadas.

NÃO É A PRIMEIRA VEZ Há 10 anos no comando da Seleção Masculina, Bernardinho já viveu outras crises. No time do Minas estão quatro jogadores que já integraram a Seleção Brasileira, o, levantador Marcelinho, os ponteiros Anderson e Samuel e o meio de rede Henrique.

Marcelinho lembra que a primeira vez que houve um problema no grupo foi em 2006, durante a Liga Mundial, provocado por Ricardinho. “A gente estava jogando com a Bulgária, lá na casa deles. Perdemos o primeiro set e no intervalo houve uma briga, provocada pelo Ricardinho, que saiu no tapa com o Escadinha e o Gustavo. Separamos, mas o Ricardinho saiu do jogo. Foi para a ponta do banco e não queria conversa com ninguém. Só disse que não ia jogar mais. A gente tinha de vencer para se classificar à final. Entrei e felizmente nós ganhamos. Mas o clima não foi mais o mesmo.”

Ricardinho tornou-se um problema a partir dali. No ano seguinte, o Brasil sagrou-se campeão da Liga Mundial e o prêmio, de US$ 1 milhão, foi dividido por todos os jogadores e pelos membros da comissão técnica. Existe na Seleção Brasileira, desde 1991, quando Josenildo de Carvalho era treinador, a combinação de que todo e qualquer prêmio, mesmo individual, seja dividido entre todos os jogadores e integrantes da comissão.

Só que Ricardinho quebrou o trato. Foi eleito o melhor jogador da competição e recebeu um cheque de US$ 100 mil. E foi logo anunciando: “Divido com os jogadores, mas não com os integrantes da comissão técnica.” Uma semana depois, na reapresentação, dois dias antes da estreia do Brasil nos Jogos Pan-Americanos do Rio’2007, foi cortado pelo treinador e criticado pelos companheiros.

Anderson estava naquele grupo e diz não saber o que está se passando internamente no grupo. “Tenho uma opinião. O grupo está há muito tempo junto. Existe um desgaste e isso leva a fatos como esse, da briga. Não falei com nenhum dos jogadores que estão no Japão e não sei se há mais alguma coisa. Uma renovação já deveria ter sido feita, trocar algumas peças. É muito tempo junto. Isso gera dificuldades para a equipe.”

Henrique, que integrou o time campeão mundial em 2002 diz que nunca presenciou uma situação de confronto ou conflito na Seleção, assim como Samuel. Mas ambos acham que existe uma outra coisa por trás da briga entre Escadinha e Bernardin
ho

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