Retrospectiva: Santa Cruz tem um ano feliz dentro de campo
Em 2011, torcida do Santa Cruz fez bonito nas arquibancadas (Foto: Phelipe Caldas)
O título do Estadual e a vaga na Série C fizeram de 2011 um ano inesquecível para a apaixonada torcida tricolor
Falta menos de uma semana para 2011 acabar e o GLOBOESPORTE.COM/PE preparou uma retrospectiva dos três principais clubes de Pernambuco. Este ano, Santa Cruz, Náutico e Sport conseguiram ascender no futebol nacional. O Tricolor deixou a Série D e foi para a Série C. Já o Timbu e o Leão saíram da Série B para a Série A. O primeiro texto da retrospectiva é da Cobra Coral. Nos próximos dias, você confere como foi o ano para o Alvirrubro e o Rubro-negro.
Se o ano de 2011 para o Santa Cruz pudesse ser resumido em duas datas, não há dúvidas de que elas seriam os dias 15 de maio e 16 de outubro. Nesses dois domingos, o Tricolor conquistou os seus principais objetivos no ano: primeiro, foi o troféu do Campeonato Pernambucano, pondo fim a um jejum de títulos estaduais que já durava meia década; cinco meses depois, foi a vez de conquistar o acesso à Terceira Divisão, colocando um ponto final no capítulo mais triste da história do Mais Querido — três anos no pesadelo do futebol nacional, a Série D.
Nessa campanha vitoriosa do Santa Cruz, dois heróis devem ser ressaltados. Um deles é o técnico Zé Teodoro. Quando desembarcou no Arruda, no final do ano passado, dificilmente ele imaginaria que, em 2011, seu nome ficaria marcado na história do Tricolor. Apesar de não ter conquistado o primeiro título nacional do Mais Querido, o treinador de 48 anos trouxe os bons ventos de volta ao Arruda ao conseguiu recolocar a Cobra Coral na rota das vitórias e das classificações, caindo por isso nas graças da torcida, que chegou a apelidá-lo carinhosamente de Zé Teadoro.
Por falar nos torcedores, eles são os outros heróis desse ano histórico para o Santa Cruz. A torcida coral mais uma vez demonstrou a sua força, não apenas no Mundão do Arruda, mas também nos estádios Almeidão, Amigão, entre outros em que jogou na sua despedida da Quarta Divisão. E os números são apenas mais uma prova da paixão sem limites dos tricolores: em todas as quatro divisões do Brasileiro, o Mais Querido foi quem mais público levou para o estádio neste ano. Em oito jogos da Série D, o Tricolor levou mais de 295.328 torcedores às arquibancadas, o que resulta em uma média de 36.916 por partida, fazendo da torcida a principal patrocinadora do clube, que estava mergulhado em dificuldades financeiras.
O sucesso do Santa Cruz nesta temporada também não pode ser explicado sem mencionar a valiosa contribuição dos pratas da casa. O zagueiro Éverton Sena, o volante Memo e os meias Renatinho e Natan receberam a missão de reerguer um clube em queda e conseguiram suprir a falta de experiência no mundo do futebol com muita vontade e determinação dentro das quatro linhas. O resultado não poderia ser outro: juntos, eles saíram das divisões de base para marcar, em 2011, o nome na história do Tricolor.
O GLOBOESPORTE.COM/PE elaborou uma retrospectiva deste ano vitorioso para o Santa Cruz e convida os torcedores corais a relembrarem a caminhada do Mais Querido rumo ao título do Pernambucano e ao acesso à Série C, sem esquecer ainda a breve participação do Tricolor na Copa do Brasil.
É campeão!
Considerado mero coadjuvante em um Estadual que tinha tudo para ser polarizado entre Náutico e Sport, devido à briga pela defesa e conquista, respectivamente, do hexacampeonato, o Santa Cruz surpreendeu, chegou à final e, diante de um Arruda lotado, levantou o troféu do Pernambucano 2011. Mesmo com uma folha salarial menor que a dos rivais e com um grupo formado por pratas da casa e jogadores nem tão conhecidos assim, o Mais Querido conquistou o título do campeonato.
A campanha do Tricolor até o título do Estadual foi composta por 16 vitórias, três empates e seis derrotas e o Mais Querido balançou as redes adversárias 42 vezes, sendo 23 gols marcados no Arruda e os 19 restantes fora de casa. O Santa Cruz liderou praticamente todo o Campeonato Pernambucano, perdendo a liderança apenas na última rodada para o Náutico. Entretanto, reassumiu a ponta acumulando os pontos das semifinais. Na grande final, venceu o Sport por 2 a 0 no primeiro jogo e, na partida derradeira, perdeu por 1 a 0 para o Leão. Mesmo com a derrota, levantou o troféu, por causa do gol fora de casa ter peso dobrado como critério de desempate.
A participação do Santa Cruz na Copa do Brasil 2011 durou apenas as duas primeiras fases. Mas o Tricolor começou bem ao golear o primeiro adversário, o Corintians de Caicó-RN: o placar de 4 a 1 no Estádio Marizão eliminou a necessidade da partida de volta, no Arruda. O atacante Gilberto, o lateral-esquerdo Alexandre Silva e o volante Cléber Goiano, este último duas vezes, balançaram as redes da equipe potiguar, garantindo a classificação coral antecipada para a segunda fase do primeiro turno.
Nessa etapa, o adversário do Mais Querido era ninguém menos que o pentacampeão nacional São Paulo. Porém, o Santa Cruz não se intimidou e, no Arruda, venceu a equipe paulista pelo placar mínimo. O único gol do jogo foi marcado ainda no primeiro tempo, quando o volante Rodrigo Souto mandou para dentro das redes do próprio time. Ainda assim, a Cobra Coral teve papel determinante na vitória, pois, com valentia, conseguiu segurar o placar favorável, mesmo jogando com um a menos desde os 23 minutos do segundo tempo, devido à expulsão do zagueiro Leandro Souza. Na partida de volta, realizada na Arena Barueri, apesar de ter a vantagem de jogar pelo empate para se classificar às oitavas de final da Copa do Brasil, o Santa acabou eliminado da competição. Com três jogadores expulsos, um deles ainda no primeiro tempo, o Mais Querido até que lutou, mas acabou derrotado por 2 a 0.
Adeus, Série D!
Ao todo, doze passos separavam o Santa Cruz do acesso à Série C. O primeiro deles rumo à porta de saída da Quarta Divisão foi dado no dia 17 de julho, quando o Tricolor venceu o Alecrim pelo placar de 3 a 1, longe de casa, no Estádio Almeidão, em João Pessoa. Foram necessários três meses para o que era expectativa se tornar, enfim, realidade: com um empate sem gols com o Treze-PB, o Mais Querido subiu para a Terceira Divisão, para a alegria dos quase 60 mil torcedores que lotaram o Arruda e comemoraram o fim da agonia coral no purgatório do futebol brasileiro.
Em seguida, nas semifinais, o Santa Cruz venceu o Cuiabá tanto no Arruda quanto no Estádio Luthero Lopes e garantiu a chance de conquistar aquele que seria o seu primeiro título nacional. Mas, entre o troféu da Série D e o Tricolor, havia o Tupi-MG, que venceu o Mais Querido nos dois jogos e ficou com o título. Ainda assim, os quase 55 mil torcedores que compareceram ao estádio coral aplaudiram e cantaram em homenagem ao “Time de Guerreiros”, que conquistou não apenas o grande objetivo do ano — a vaga na Série C e o consequente alívio de acordar o clube de um pesadelo que já durava três anos —, mas também presenteou à torcida com a esperança de poder comemorar o centenário do clube na Primeira Divisão, em 2014.
GLOBOESPORTES.COM
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